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Arno Kunzler

Novos protagonistas

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O Brasil está construindo uma grande democracia aos trancos e barrancos.

Em 40 anos tivemos dois presidentes depostos (Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff), dois ex-presidentes presos ( Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer) e, agora, um ex-presidente preso que foi solto, eleito presidente e um ex-presidente com os direitos políticos cassados.

É muita coisa para uma democracia jovem e em construção.

O que não estamos acostumados a ver, e ultimamente estamos vendo e com personagens diferentes, é um poder dividido e um bolo orçamentário fatiado.

Um presidente da República tem muita força, mas não governa sozinho.

O Brasil está se acostumando a ver imposições dos outros poderes, que podem ser vistos como um mal ou como um ponto de equilíbrio.

Se olharmos para o copo meio vazio, vamos ter a ideia que o Supremo deveria ficar no seu quadradinho, deixar que o poder político dite as regras.

Deveríamos olhar para Câmara e o Senado e dizer que deputados e senadores não têm direito a manipular verbas orçamentárias para seus Estados e municípios.

Que governadores não deveriam estar em Brasília organizando suas bancadas para votar uma difícil e complexa reforma tributária.

Mas se olharmos para o copo meio cheio, vamos ver que em Brasília o poder está produzindo novos líderes e com eles novas perspectivas eleitorais.

É só observar Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Fernando Haddad, Arthur Lira, Eduardo Leite, Ratinho Junior e tantos outros.

É possível que nos próximos pleitos tenhamos lideranças bem mais identificadas com o eleitor do bloco político de direita e outras com o bloco político de esquerda.

Também poderá ter espaço para alguém com o olhar mais de centro se tornar viável eleitoralmente.

É nas lutas diárias, nas divergências de ideias, no confronto das posições que se lapidam grandes lideranças políticas.

Se soubermos valorizar os embates políticos que geram críticas e contestações a serem respondidas, veremos quem está identificado com quem e quem está preparado para nos representar.

O Brasil, como uma grande Nação, precisa formar grandes líderes, cujas posições terão repercussão em todos os continentes.

Líderes que nos deixam orgulhosos de sua biografia e não com vergonha dela.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@opresente.com.br

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