Fale com a gente

Silvana Nardello Nasihgil

Talvez você tenha sido um péssimo jardim, por isso as borboletas se foram

Publicado

em

Essa frase me fez pensar em como somos capazes de culpabilizar os outros pelas nossas bagunças e esquecemos de olhar para nós.

Quanto dos nossos infortúnios, angústias, sofrimentos emocionais e psicológicos têm a nossa total colaboração?

Hoje ouvi de um ex-paciente: Silvana, finalmente eu compreendi que muito do que vivi e não era bom fui eu, com minhas exigências absurdas, que construí.

Eu fiquei feliz em ver que realmente ele compreendeu a sua participação naquilo que não gostava de viver, e mudou!

A maioria de nós busca culpados, busca a quem delegar os dias de desconforto. Culpar os outros dá a falsa impressão de que não temos responsabilidade, que por mais que façamos a coisa certa, alguém estraga tudo. Será verdade esse pensamento?

Quando aprendemos a observar os nossos comportamentos, certamente iremos descobrir coisas com as quais não conseguiríamos viver se estivéssemos no lugar do outro.

Reconhecer as nossas falhas e conhecer os nossos limites podem mudar a nossa história para muito melhor. Saber que erramos, que não somos perfeitos e que vivemos querendo benesses sem fazer a nossa parte, é extremamente saudável para qualquer relação.

Muitas pessoas desconsideram a necessidade de fazer a sua parte; se dão o direito de exigir, cobrar, gritar, desfazer, diminuir, desconsiderar, tratar mal, tornam o outro invisível e só o enxergam quando é para apontar o dedo. Muitas pessoas esquecem que relações saudáveis precisam das duas parte comprometidas e em harmonia, porque relações nunca são individuais.

Então, ao invés de tanto reclamar, que tal tirar um tempo para se autoavaliar? Que tal buscarmos enxergar onde estamos errando?

Muito provável que as respostas nos surpreendam.

Passarmos a olhar a vida sob outro ângulo, o da partilha e comprometimento, tomaremos para nós aquilo que é a nossa responsabilidade na relação, olharemos para o outro como parte da construção de uma relação harmônica, equilibrada e feliz, deixando de olhá-lo como o inimigo que divide a mesma casa, mas está sendo bloqueado na vida em comum.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

Copyright © 2017 O Presente