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Elio Migliorança

EU NÃO ENTENDO

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As informações ao nosso dispor são tantas que é impossível analisar todas, compreender e interpretar corretamente os fatos divulgados. Li com atenção os jornais e redes sociais da última semana, me surpreendi com algumas informações e acabei não entendendo outras, razão do meu espanto e do presente questionamento. Talvez seja normal da idade ou então os autores das declarações ou decisões tomadas julgam que somos idiotas e que acreditamos em tudo o que lemos. Um tema “chapa quente” na semana é a intenção do governo em ressuscitar a falecida CPMF, e numa entrevista às emissoras de TV no dia 15 passado, o deputado José Guimarães, do PT do Ceará, defendendo-a, declarou: “É o tipo de tributo que quem paga são aqueles que têm grandes movimentações, as pessoas nem sentem, então nós vamos discutir isso com a maior transparência do mundo aqui”. Este indivíduo acha que somos desprovidos de cérebro e não sabemos que os custos dos impostos são repassados para o consumidor, além de pagarmos no banco a CPMF inclusive sobre nosso salário.

Outro tema que deu o que falar foi o fim da era dos extintores de incêndio nos veículos de passeio. Uma exigência a menos, um custo a menos, uma encheção de saco a menos. O que não entendi é porque há um ano e meio isso era tão importante, ao ponto de ter sido decidido pelo Conselho Nacional de Trânsito que os extintores modelo BC deviam ser trocados pelo modelo ABC, segundo eles, mais eficiente nos incêndios e depois que todos correram em busca do novo modelo, a obrigatoriedade foi extinta. Por que a exigência da troca e de repente os iluminados entenderam que ter ou não ter extintor no carro é a mesma coisa? Primeiro um golpe e depois uma sábia decisão.

Já na nossa querida Unioeste o pepino tem nome: cargos de confiança. São mais de 600 cargos para os cinco campi. São em média 120 cargos em cada unidade. Como explicar o inexplicável? Logo, a Unioeste, onde surgem os mais veementes questionamentos ao capitalismo selvagem e há tantos louvores ao socialismo e ao marxismo. É comovente a garra da esquerda brasileira em defesa da melhoria salarial de sua conta bancária. Nunca antes na história deste país os argumentos foram tão inúteis.

Já no âmbito municipal são os vereadores que enfrentam a ira da turba enfurecida. Há uma cruzada nacional pela redução do salário dos vereadores. Isso não resolve. O que resolve é reduzir o percentual de repasse da prefeitura para a Câmara de Vereadores, hoje fixada em 7% para municípios com menos de 100 mil habitantes. Com menos dinheiro é provável que o salário também entre na dança dos cortes.

E para concluir, o tema que chega em níveis galáticos de incompreensão: prorrogação dos contratos do pedágio nas rodovias do Paraná. Os contratos vencerão em 2022 e já se discute a renovação por mais 24 anos. Ninguém está entendendo porque falar em renovação antes de conferir se todos os compromissos assumidos na assinatura destes contratos foram cumpridos. Só depois é que se deveria falar em renovação. Os únicos que devem estar entendendo esta jogada safada são aqueles que vão ganhar rios de dinheiro com isso. Ao povo sobrará a raiva e a conta a pagar, pois mesmo aqueles que não possuem carro pagam o valor do pedágio embutido nos alimentos que são transportados sobre rodas.

 

* O autor é professor em Nova Santa Rosa

 

miglioranza@opcaonet.com.br

 

 

 

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