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Elio Migliorança

Reflexões necessárias

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Nos quarenta dias ausente deste espaço a vida não parou, mas eu parei para refletir sobre a vida, a esperteza dos prefeitos que saíram e os que assumiram, a voracidade do governo para sugar recursos que cubram o déficit público e preparando um presente para uma escola de samba do Rio de Janeiro. Foi um janeiro produtivo. O falecimento repentino de um amigo me fez pensar sobre a brevidade da vida, o que fazemos, o que levaremos, o legado que deixaremos e se fizemos alguma diferença neste mundo. Entre as boas leituras, destaque para os artigos do jornalista Arno Kunzler, aqui publicados com o título “Desvio das instituições” e “Viva a verdade”, uma rica reflexão da conjuntura atual.

O agronegócio brasileiro, com sucessivos recordes de produção e responsável pelo superávit na balança comercial, será duramente criticado no Carnaval pela Imperatriz Leopoldinense, cujo tema é uma crítica ao agronegócio. Fiz a minha parte e preparei um fardo de feno para os idealizadores desta injustiça cearem no final dos desfiles carnavalescos. Achei que era a melhor forma de homenagear esses manés que acham que o leite nasce na caixinha e o bife é fabricado no açougue do supermercado.

Como brasileiro, senti-me orgulhoso com a divulgação do desempenho da usina hidrelétrica de Itaipu quebrando sucessivos recordes de produção, mas seria bom se nós fossemos premiados com um desconto na pesada fatura de energia e acho que foi injusto não ter lembrado que a usina foi construída pelos governos militares que tiveram uma visão estratégica em preparar o Brasil para o futuro, pois os que hoje se vangloriam desta produção, na época, combateram o projeto da usina e aqueles que a construíram. Que obras os governantes de hoje estão construindo para as futuras gerações?

Por outro lado, fiquei surpreso ao ver Quatro Pontes e Entre Rios do Oeste incluídos num relatório do Tribunal de Contas do Estado sugerindo que os municípios sejam reincorporados aos municípios de onde foram desmembrados. São municípios com alto Índice de Desenvolvimento Humano e ambos são protagonistas de projetos inovadores e bem-sucedidos em suas administrações. Seguindo esta linha de raciocínio, cabe a pergunta: quanto custa para manter o Tribunal de Contas do Estado e quais os benefícios que ele tem gerado para o Estado? Recentemente descobrimos que, apesar da propaganda oficial, o Estado do Paraná estava quebrado e mesmo assim nos últimos anos todas as contas foram aprovadas pelo Tribunal. Não seria o caso de extingui-lo por ineficiência? É possível entender isso?

Na posse dos novos prefeitos no Brasil descobrimos que a prefeitura é uma casa sempre bagunçada. Sim, quatro anos atrás os prefeitos que assumiram diziam que primeiro precisavam arrumar a casa, e os que assumiram agora dizem a mesma coisa. Parece uma casa difícil de ser mantida em ordem permanente. Nesse meio tempo, o acaso levou à morte Teori Zavaski deixando-nos apreensivos, e aí descobrimos que entre os demais ministros do Supremo Tribunal Federal poucos são confiáveis o suficiente para continuar o trabalho sério que vinha sendo feito. Como é possível alguém ser juiz da suprema corte sem nunca ter sido juiz na vida?

E se as coisas continuarem neste ritmo nas terras do Tio Sam, Donald Trump não chega ao final do mandato presidencial.

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