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Marechal

Projeto capacita profissionais para atendimento a vítimas de abuso

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Mirely Weirich/OP
Juíza de Direito Dra. Berenice Ferreira Silveira Nassar: “O Projeto Confiar tem por objetivo proporcionar uma condição de escuta humanizada a crianças e adolescentes supostamente vítimas de violência sexual”

 

Será realizado nesta quarta-feira (26), no Salão do Júri, no edifício do Fórum de Marechal Cândido Rondon, a apresentação dos Projetos Confiar (escuta especial psicológica) e Combate à evasão escolar, da Comarca de União da Vitória-PR, juntamente com a capacitação das redes de proteção da criança e adolescente da Comarca de Marechal Cândido Rondon. Todos os municípios da comarca foram convidados a participar.

Os Projetos Confiar e Combate à evasão escolar serão apresentados pelo juiz de Direito Dr. Carlos Eduardo Matiolli Kockanny, enquanto que as psicólogas Daniele Jasniewski e Larissa Moretto, do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de União da Vitória, serão as responsáveis pela capacitação dos profissionais que prestam atendimento a crianças e adolescentes em Marechal Rondon. A apresentação dos projetos ocorrerá das 09h30 ás 11h30 da manhã, e capacitação acontecerá no período da tarde, das 13h30 às 17 horas.

O projeto será realizado com o apoio do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e da Copagril.

 

Público alvo

Segundo a Juíza de Direito Dra. Berenice Ferreira Silveira Nassar, titular da Vara de Família, Infância e Juventude da comarca de Marechal Cândido Rondon, a capacitação é voltada para pessoas que atuam na rede de proteção da infância e juventude, juízes, promotores, psicólogas do juízo, Creas, Cras, equipes pedagógicas das escolas, conselhos tutelares, médicos pediatras, psicólogos, conselho da mulher, secretarias de saúde, educação e assistência social.

 

Objetivos

Desenvolvido pelo juiz Carlos Eduardo Mattioli Kockanny, o Projeto Confiar tem por objetivo proporcionar uma condição de escuta humanizada a crianças e adolescentes supostamente vítimas de violência sexual.

Conforme explica a Juíza Dra. Berenice, a Escuta Especial Psicológica, desenvolvida no Projeto Confiar, é a escuta da criança ou adolescente vítima de abuso sexual, visando uma maior segurança e proporcionando um ambiente de escuta mais acolhedor. O objetivo disso é que quando a criança é vítima de um abuso, muitas vezes ela faz o relato da situação ou o comportamento dela é observado no ambiente escolar e, nesses casos, a professora é a primeira pessoa que percebe que a criança pode estar sendo vítima de abuso sexual, declara.

Outro ponto destacado pela juíza é a importância da entrevista especializada com a criança vítima de abuso, visto que abordagem feita de forma correta impede que a criança sinta, além do trauma do abuso sexual, uma certa repressão diante da sua exposição em público. Depois do relato da criança e ou do docente responsável, a equipe psicopedagógica da escola se reúne e passa o caso para o Conselho Tutelar, que após avaliar a situação, encaminha o caso para a Delegacia de Polícia que, por sua vez, recorre a Vara Criminal e de Infância e Juventude. Na maioria das vezes, somente quando o caso chega na Vara de Infância e Juventude é que se começa cuidar do caso efetivamente, como uma necessidade de proteção à criança pois, até então, o caso estava na situação investigativa, explica.

Ao longo desse processo, a criança será ouvida por muitos profissionais e é de suma importância que estes estejam preparados para fazer uma abordagem correta e efetiva. Sem trazer consequências a criança. A capacitação terá esse objetivo de conscientizar todas os profissionais que irão interagir com esta criança vítima de abuso e fazer com que eles percebam que podem não estão preparados para interagir com a criança diante de uma situação de abuso sexual, conta a Juíza.

O fato da criança ser exposta a muitas entrevistas, nas quais ela precisa relatar o abuso sofrido, pode trazer desconforto e insegurança para a vítima. Através da escuta psicológica é defendido que a criança apresente seu depoimento apenas uma vez e que este seja usado durante todo o processo de investigação. Após tantos relatos, a criança perde a confiança ou cansa de falar e começa a contando a história com menos riqueza de detalhes, por isso, através da Escuta psicológica, uma vez detectada na criança, seja pela professora da escola, ela será ouvida por um profissional apto e esse depoimento irá ser válido para todas as áreas de atuação, para que ela não tenha que ficar cada todas as vezes relatando o ocorrido, destaca Berenice..

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