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Após 25 anos, Harto Viteck se despede do Jornal O Presente

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Mirely Weirich/OP

Jornalista e historiador, Harto Viteck: Com o passar do tempo verifiquei que nós estamos com uma negligência vergonhosa do nosso passado, e é esse vazio que eu quero tentar preencher com as minhas pesquisas

Após 25 anos de caminhada, o primeiro e mais antigo colunista do Jornal O Presente se despede das páginas do periódico. Nesta sexta-feira (11) o jornalista e historiador Harto Viteck assina sua última coluna na página 04. De vez em quando é preciso reciclar um pouco, diz ele.

A despedida de Viteck da publicação bissemanal acontece pela nova empreitada do projeto Memória Rondonense (www.memoriarondonense.com.br), iniciado há cerca de três anos e que alçou voos mais altos do que o esperado. Não achei que isso iria tomar as proporções que tomou. Estamos na beira de 170 mil horas de visita/mês, o que é muita coisa para apenas um ano de site. Então preciso dar um retorno para esse público e esse é o trabalho para o qual quero me dedicar neste momento, declara.

Viteck conta que, quando iniciou a coluna na primeira edição do Jornal O Presente, há 25 aos, começou escrevendo notas políticas de Curitiba. Contudo, sempre foi muito ligado à área cultural, assim como sua família. Com o passar do tempo verifiquei que nós estamos com uma negligência vergonhosa do nosso passado, não só em nível local, mas também no Paraná e no Brasil todo, uma negligência gritante do cuidado com o nosso passado, e é esse vazio que eu quero tentar preencher com as minhas pesquisas, enfatiza.

É justamente por essa peculiaridade do modelo adotado nas colunas do historiador, que demanda de tempo para visitas a fontes que tenham informações sobre a história dos pioneiros que chegaram a Marechal Cândido Rondon, que Viteck focará suas pesquisas para o projeto Memória Rondonense, além de suas atividades profissionais. Vou continuar pesquisando na Memória Rondonense, foi isso que eu busquei fazer nas últimas colunas, mas visto a disponibilidade de tempo e o despende financeiro para isso foi preciso raciocinar o que é melhor fazer neste momento, pontua.

 

Histórias que marcam

Aos 64 anos, o historiador declara que, apesar de ter a formação incompleta no curso de História, ele se considera um apaixonado pelo tema, especialmente pela história genealógica. É por isso que na elaboração de suas colunas para O Presente o jornalista deixava de canto os livros e buscava as informações nas fontes frescas. Eu busco as informações junto às famílias, visito-as para coletar os dados, sempre na fonte direta, me reunindo com as pessoas, conversando e buscando um histórico com maior profundidade, até a raiz genealógica das famílias, pois acho que este é o ponto de partida, explica.

Dos momentos que mais marcaram seu trabalho como colunista, Viteck menciona a mudança da linha editorial, quando escrevia as colunas políticas e partiu para o campo cultural. Isso foi acontecendo gradativamente, porque eu também tinha que preparar o leitor, não foi algo brusco. Tudo o que aconteceu nesta coluna nesses 25 anos não foi algo repentino. Foi tudo na medida para adaptar o leitor ao momento novo, diz. Acho que o momento mais gratificante é justamente esse resgate histórico que faço agora, pois eu senti que as pessoas deram um retorno bastante positivo, complementa.

 

Nova caminhada

Atualmente, o historiador estima um acervo entre oito e 8,5 mil fotos coletadas e mais de 15 mil informações sobre a história de Marechal Cândido Rondon no projeto Memória Rondonense. Muitas delas em caixas de sapato que ainda precisam ser postadas, revela, garantindo que não haverá perdas aos leitores assíduos de sua coluna na página 04. Será um projeto muito mais dinâmico, mais produtivo, com um universo de informações maior, conclui.

 

Mirely Weirich/OP

Dos momentos que mais marcaram seu trabalho como colunista, Viteck menciona a mudança da linha editorial, quando escrevia as colunas políticas e partiu para o campo cultural, a coluna como os leitores conhecem atualmente

 

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