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Acidentes com motocicletas triplicam em Marechal Rondon

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Joni Lang/OP

Ruas e avenidas rondonenses recebem diariamente 11.151 motocicletas de diversos modelos, potências e tamanhos

Ao passo em que autoridades buscam sensibilizar os condutores de veículos automotores em relação à conscientização no trânsito visando torná-lo mais humanizado a partir da campanha denominada Maio Amarelo e da Semana do Trânsito (em setembro), índices provam que a violência no trânsito segue presente.

A temperatura variando de agradável a quente na maior parte do ano permite que um grande número de moradores de Marechal Cândido Rondon se locomova pela cidade sobre duas rodas, seja de bicicleta ou motocicleta. Com uma frota de 40.218 veículos automotores atualizada até o mês de março, as ruas e avenidas recebem diariamente 11.151 motocicletas de diversos modelos, potências e tamanhos. Os números da frota constam no portal do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR).

Apesar de todos os tipos de veículos, a liderança em se tratando de acidentes de trânsito está com as motocicletas. Somente neste mês a média de acidentes está em 3 por 1 na comparação com igual período do ano passado. São 11 contra quatro (confira os números nas tabelas a seguir).

Seja de motocicletas com carros, com caminhões, bicicletas entre outros, os acidentes com motos respondem por cerca de 50% do total – na análise dos anos de 2015 e 2016. Detalhe: todas as colisões com motocicletas envolvem vítimas, sejam elas com baixo e médio ferimentos até casos mais graves. Geralmente o motociclista resulta com lesões, além de algumas vezes quebrar braço, perna ou outra parte do corpo, o que neste caso exige um tratamento médico especializado para a reabilitação da vítima.

 

Perigo nas ruas

Além do clima, a flexibilidade e agilidade em termos de movimentação contribuem para que haja tantas motocicletas circulando no município. Só que o motociclista que trafega nas ruas de Marechal Rondon é desatento, imprudente e negligente para com a sua própria segurança, afirmam os profissionais do Corpo de Bombeiros, que quase diariamente atendem ocorrências de acidentes.

De 1º a 12 de maio de 2016 foram registrados dez acidentes no município, sendo eles quatro envolvendo motocicletas, e no mesmo período deste ano o Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência (Siate) do Corpo de Bombeiros atendeu 11 acidentes com motocicletas, estando o recorde reservado às colisões entre carros e motocicletas – respondendo por oito casos. O total é de 18 acidentes neste ano com todos os tipos de veículos.

Os números do total de acidentes de 1º de janeiro a 30 de abril de 2016 e 2017 são semelhantes. Ano passado foram 75 vítimas de acidentes envolvendo motociclistas, enquanto que neste ano foram registradas 74 ocorrências. Os casos mais comuns são as colisões entre carros e motocicletas e queda de motocicletas. Pela ordem, ano passado foram atendidas 39 e 23 ocorrências, diante de 43 e 17 em igual período deste ano.

 

Desatenção e imprudência

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros de Marechal Rondon, capitão Tiago Zajac, o comportamento do rondonense no trânsito é inadequado. “Tem a questão da imprudência. Alguns motociclistas utilizam o veículo com uma potência grande em um veículo leve e acabam achando que são mais rápidos do que os automóveis, e aí os acidentes acontecem. Outra situação é o desrespeito às leis de trânsito, o que é bem presente no trânsito rondonense”, salienta. “Qualquer um que trafegar pelas ruas vai observar que principalmente nas rotatórias há bastante acidentes com motocicletas. Além disso a falta da utilização do EPI (equipamento de proteção individual) é bastante recorrente. A gente observa a falta de uso do capacete, principalmente da jugular que não fica presa, bem como o uso de chinelos ao invés de calçado fechado”, acrescenta.

Zajac diz que os condutores de automóveis também são desatentos e imprudentes. Dessa forma, pontua ele, uma soma de fatores passa a ser determinante para o elevado número de acidentes. “Outro fator é que o condutor rondonense não usa cinto de segurança e isso qualquer um pode constatar nas ruas”, enaltece.

 

Diminuição nas rotatórias

O comandante destaca que foi observada uma diminuição próxima de 25% no índice de acidentes de uma maneira geral próximo das rotatórias, a partir da comparação de 2016 com o ano de 2015. Ele acredita que o número de acidentes deve diminuir tão logo os condutores estejam bem habituados ao novo modelo de trânsito. “Os números são praticamente iguais em 2016 e neste ano. Tem gente muito competente na Secretaria de Segurança e Trânsito que está observando o trânsito, portanto acredito que outras medidas positivas devem ser tomadas”, expõe.

Praticamente todos os acidentes com motocicletas têm vítimas, independente da complexidade. “A gente não consegue mensurar exatamente quantos são porque em parte dos acidentes o Corpo de Bombeiros não é nem acionado. A nossa estatística gira em torno de acidentes com acionamento do Siate ou do Corpo de Bombeiros que foram atendidos de uma forma ou de outra. O número é contabilizado mesmo quando há recusa da pessoa no momento em que a ambulância está no local”, menciona, emendando que “o trabalho do Corpo de Bombeiros consiste em atender o acidente e fazer a estabilização da vítima de forma que chegue no hospital pronta para o atendimento mais especializado de um médico”.

 

Obediência às leis

Entre as principais orientações do capitão Zajac está o respeito dos condutores de veículos às leis de trânsito. “O trânsito fica mais seguro quando o motociclista ou condutor de veículo de maneira geral respeita o limite de velocidade e as placas de sinalização verticais e horizontais. A gente também observa que o número de pessoas utilizando o telefone celular no trânsito é muito grande. Isso é um problema nas cidades grandes que está chegando ao interior. Eu sou de Curitiba e posso falar que o trânsito lá é bastante violento por conta da utilização dos telefones celulares que acabam desviando a atenção das pessoas”, enfatiza.

“Em Marechal Rondon até dois anos atrás a gente não conseguia utilizar a internet na rua porque era problema de operadoras de celulares, mas hoje se consegue, portanto WhatsApp, Facebook e outros aplicativos acabam tomando o tempo do condutor de veículos, por isso o respeito às leis de trânsito é fundamental para diminuir o número de acidentes, em especial de motocicletas”, finaliza.

 

“Condutor rondonense deve se conscientizar”, diz capitão da PM

O comandante da 2ª Companhia de Polícia Militar de Marechal Cândido Rondon, capitão Valmir de Souza, avalia que o elevado número de acidentes com motocicletas no município se deve ao fato de que as pessoas têm a motocicleta como o principal meio de transporte pelo valor mais baixo e a rápida mobilidade.

Em relação ao grande número de feridos, Souza entende que se deve à falta de atenção e de cuidados. “Mesmo o cidadão que trafega de automóvel se envolve em acidentes, porém o fato do corpo do motociclista estar em exposição explica o maior número de lesões. Isso ocorre porque a característica da motocicleta coloca a pessoa em risco por não estar acondicionada em uma carenagem ou habitáculo que a proteja”, comenta.

Com o objetivo de que tais índices sejam reduzidos, o capitão destaca que a intensificação de campanhas e da fiscalização seguem em andamento. “Queremos encontrar as causas para esses acidentes e melhorar a fiscalização em Marechal Rondon”, enaltece.

Por outro lado, há considerável diminuição na quantidade de acidentes na análise de 2016 e 2017 em relação a 2012. Apesar da alta incidência, o índice reduziu pela metade. “É claro que quando os números são elevados a fiscalização aumenta. A queda no número de acidentes pode ser observada pela fiscalização e pela mudança no sistema viário da cidade que colabora, assim como pela melhoria na fiscalização e na sinalização que também auxiliam”, comenta Souza, acrescentando: “PM, Corpo de Bombeiros, prefeitura, Acimacar e clubes de serviço estão desenvolvendo a campanha Maio Amarelo, com mobilizações nos sábados em vários pontos da cidade. Primamos por conscientizar os condutores e manter as campanhas e ações para coibir excessos por parte dos condutores”.

O Presente

Elevado número de motocicletas contribui para alta incidência de acidentes

 

 

 

 

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