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“Deixo o grupo de situação”, admite Ronaldo Pohl

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Após dias de especulação e até convites para ingressar no grupo de oposição, ontem (21) o vereador rondonense Ronaldo Pohl (PSD) colocou um fim nos boatos e oficializou sua saída do grupo de situação, liderado pelo prefeito Marcio Rauber (DEM). Ele, no entanto, fez questão de frisar que seu objetivo é se tornar um político com perfil independente na Casa de Leis e que tenha liberdade para cumprir uma das principais tarefas do vereador, que é de fiscalizar.

Em visita ao Jornal O Presente, Pohl reforça por qual motivo deixa a base aliada ao governo, diz que sua decisão é pessoal e não envolve o PSD e que não pensa por enquanto em sair do partido para se filiar em outra sigla. Confira.

 

O Presente (OP): Há dias surgiu a especulação de que o senhor poderia deixar a base do governo. Por que levou tanto tempo para oficializar essa decisão?

Ronaldo Pohl (RP): Entre o início da especulação e a decisão a ser anunciada agora foi um período que optei em ouvir meus eleitores. O cargo que tenho devo a quem votou em mim. Mas é preciso deixar claro que não serei oposição ao governo do Marcio, tanto que confio na gestão dele. Acho que uma das principais qualidades do prefeito é a honestidade e isso pode pontuar para ele fazer um bom governo daqui para frente.

 

OP: Por que o senhor deixa o grupo político?

RP: Deixo o grupo de situação porque Marechal Cândido Rondon tem uma característica de separação de grupos políticos. É uma coisa na qual não concordo, pois a cidade precisa ser mais homogênea. Não podemos ter um grupo político no poder contra outro grupo político. Considero que todos os habitantes são rondonenses, são contribuintes, são pagadores de impostos e não concordo com essa separação de lado A e lado B. Então busco esse caminho mais independente tanto na parte de fiscalizador como na parte de legislador, criando leis e não me sentindo tão pressionado sendo um vereador de situação.

 

OP: Essa divisão não faz parte da política?

RP: Faz parte da política e da democracia. Consigo entender esse contexto, mas não concordo. Acho que por mais que tenha a situação e oposição, acredito em uma cidade mais homogênea, mais uniforme e de interesses comuns.

 

OP: Com essa sua decisão, o que muda na prática?

RP: Na prática, não vou me sentir pressionado em fazer a defesa daquilo que não concordo. Não é só uma tendência de Marechal Rondon, mas da política brasileira. Quem é da situação parece que não pode enxergar os problemas que a cidade tem, assim como quem é de oposição não pode enxergar as coisas boas que um governo está fazendo. Neste caminho de meio que estou escolhendo, ao ser um político independente e de conseguir trabalhar mais livre, será possível valorizar aquilo que está sendo bem feito e apontar as coisas nas quais não concordo.

 

OP: Isso significa que não necessariamente seu voto na Câmara será sempre em desfavor do governo?

RP: Jamais. Vou votar com minhas convicções. Os projetos que acreditar que são bons para o município terão meu voto favorável. Aquilo que acreditar que não é interessante para o município, vou votar contra.

 

OP: Seu partido faz parte da base do governo e, inclusive, o presidente Sérgio Marcucci é secretário de Indústria, Comércio e Turismo. Como fica a situação do PSD? Deixa a coligação ou não?

RP: Comuniquei ao presidente do partido da minha decisão de buscar essa postura independente. Também comuniquei à assessoria do deputado federal Evandro Roman (PSD), ao prefeito Marcio Rauber e ao deputado estadual Elio Rusch (DEM). Portanto, essa é uma decisão pessoal do vereador Ronaldo. Essa não é a decisão do partido. Essa questão do PSD permanecer na base ou não, não sou eu quem devo decidir. Isso cabe ao prefeito Marcio, ao presidente Sérgio Marcucci, aos deputados Roman e Elio.

 

OP: Ano que vem haverá uma janela partidária que permitirá a troca de filiação. O senhor pensa em deixar o PSD?

RP: Neste momento não penso em deixar o PSD. Temos muito tempo ainda até essa possível janela e é algo que vou avaliar somente lá na frente, em um futuro momento.

 

OP: Há especulação de que o senhor poderia ir para o PMDB. Há alguma conversa neste sentido?

RP: Nada contra o PMDB e nada contra o Democratas, mas são justamente os dois partidos que pregam aquilo que não concordo, que é essa briga por grupo político, por reduto e esta “perseguição” pelo outro grupo.

 

OP: Um dos fundadores do PSD rondonense, Eduardo Berndt é o novo presidente do PPS. Este pode ser eventualmente seu destino ano que vem?

RP: O Eduardo é meu amigo e uma pessoa que admiro muito. Não tivemos essa conversa e a possibilidade de sair do PSD é algo que não estou ponderando neste momento, então não tenho uma resposta a respeito disso.

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