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Melhor data para os lojistas vem com otimismo

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Faltando 39 dias para a chegada do Natal, uma das datas mais aguardadas no ano pelas crianças – que esperam seus presentes sob as árvores enfeitadas com bolas vermelhas e luzes coloridas -, mas também por jovens, adultos e idosos que, independente da idade, são abraçados pela magia e espiritualidade das canções, cores e momentos que unem a família, o otimismo vem ganhando espaço entre os empresários rondonenses.

Após um ano em que o fator climático impactou negativamente na saída de mercadorias de inverno para o varejo, especialmente nas lojas de roupas e calçados, o final do segundo semestre do ano, época que possui as maiores taxas de vendas anuais, traz consigo a esperança de melhores momentos em relação aos meses anteriores e, especialmente, aos anos de 2016 e 2015.

Mesmo que o número de empregos temporários que serão criados para atender a demanda do comércio no Natal deste ano seja menor que o do ano anterior, conforme a sondagem da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), o comércio varejista se mostrou mais esperançoso com a data: lojistas que responderam sim para as contratações apontam 16%, contra 6% das respostas positivas dos empresários do setor de serviços.

O resultado aponta a real percepção do empresário para com a economia, respondendo se esperam melhores vendas para o período, pois a alteração do quadro laboral espelha a real sensação de segurança de que o comércio terá vendas mais expressivas que no ano anterior. “Desde julho, tanto a tendência das pesquisas quanto o próprio consumo tem aumentado, então acredito que haverá uma melhora nas vendas para o Natal deste ano em comparação com o ano passado, mas não deverá ser algo muito expressivo, já que muitos consumidores ainda estão com o ‘pé no freio’”, aponta o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar), Gerson Jair Froehner.

Inadimplência

Por outro lado, o presidente da Associação Comercial diz que as famílias estão se endividando mais, tanto é que a própria Acimacar está realizando uma campanha do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). “Os consumidores podem ir até a entidade e consultar seu CPF e, em caso de inadimplência, tentar regularizar sua situação com a entrada do 13º salário”, expõe.

O Paraná registrou redução de 6,21% no número de dívidas em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado – índice que segue caindo pelo 18º mês consecutivo, mas ainda é significativo, conforme a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), por meio da Base Centralizadora Faciap de Proteção ao Crédito (BCF).

A chegada do final de ano exige ainda mais organização do consumidor para não estourar o orçamento já que, segundo o levantamento, as compras parceladas neste Natal pelos brasileiros serão divididas em cinco vezes. Isso significa que os consumidores vão comprometer parte de sua renda com prestações natalinas que só deverão ser totalmente quitadas na Páscoa ou no mês do Dia das Mães. “O brasileiro chega ao fim deste ano com a impressão de que o pior momento da recessão ficou para trás, mas deve ter cuidado em não dividir compras com prestações a perder de vista. Se a inflação controlada e a queda dos juros servem de alento, os altos níveis de desemprego ainda são um problema. É hora de controlar gastos, organizar prioridades, sem se levar pelo emocional ou assumir compromissos acima da capacidade”, alerta o vice-presidente da Faciap para a BCF, Claudenir Machado.

No limite

Apesar de a sondagem da Fecomércio apontar que a chance de efetivação dos temporários ser maior neste ano, chegando a 86%, na visão de Froehner, é necessário que o empresário coloque na balança a contratação de novos funcionários, tendo em vista o fato de muitos estarem trabalhando no limite. “Em Capitais vimos muitas lojas fechando, empresas que tinham vários pontos agora estão com apenas um ou dois. Para fazer uma nova contratação, acredito que eles pensarão muito”, opina. “Com o funcionário temporário, os empresários já estão acostumados para esta época do ano, mas efetivar essa pessoa e assumir todos os encargos trabalhistas a empresa tem que vender muito mais para arcar com isso. Se nessa crise a empresa aprendeu a economizar R$ 2 mil, efetivando um novo funcionário, quanto que ela não vai precisar vender a mais para pagar um trabalhador que tem um salário de R$ 2 mil? É preciso vender para R$ 20 mil para talvez pagar esse salário”, exemplifica.

Na visão da vice-presidente do Comércio da Acimacar, Carla Rieger Bregoli, a contratação de temporários não deve ser expressiva no município, entretanto, ela aponta que sempre existem vagas a serem preenchidas nas empresas e nesta época muitas delas aumentam seu quadro. “Realmente é uma data que traz boas vendas ao comércio varejista”, observa.

Ela avalia que empresário está mais cauteloso devido ao momento econômico e político do país, contudo, a classe segue esperançosa de que a economia reaja e o final de ano traga boas vendas. “Sempre existe uma expectativa muito grande para o Natal, pois é um momento de confraternizações, festas e presentes. De uma forma geral, todo comércio se prepara para esta data”, expõe.

Novos empreendedores

O presidente da Acimacar diz que em Marechal Rondon, apesar de algumas empresas terem aberto no município neste ano, tantas outras que abriram em pouco tempo fecharam as portas. Por este fato, ele ressalta que os novos empresários, antes de iniciarem um negócio, devem buscar a Sala do Empreendedor na prefeitura ou a própria Acimacar, que tem o Ponto de Atendimento do Sebrae. “A pessoa quer empreender, mas no ímpeto da vontade ou por não conseguir uma oportunidade de emprego acabou abrindo o negócio, mas não dando certo. No Ponto de Atendimento do Sebrae faz-se uma espécie de consultoria para ver se aquilo é realmente o ideal e se o nicho tem oportunidade de deslanchar por meio de uma espécie de plano de negócios”, orienta Froehner.

Incentivo

A tradicional Campanha de Natal da entidade, que neste ano terá R$ 80 mil em vales-compras e nos próximos dias trará o clima natalino para as empresas associadas, é uma das estratégias que as empresas utilizam tradicionalmente para chamar os clientes para o comércio local. “Neste ano ela está fechada no mesmo formato dos anos anteriores, pois foi desenhada no início do ano. Para 2018, queremos trazê-la em um novo formato”, anuncia o presidente da entidade.

Froehner comenta que, acima disso, é necessário que as empresas busquem alternativas para chamar a atenção dos compradores, incentivando também às compras no comércio local. “Com a entrada do 13º, torço para que os consumidores utilizem para sair da inadimplência. Não digo isso de forma a desestimular as compras, mas de que adianta o empresário vender agora e não receber lá na frente?”, questiona. “Com o nome limpo, as pessoas vão com mais qualidade fazer a compra e o empresário tem mais segurança. Também é sempre importante que os empresários consultem no SPC e pensem na qualidade das vendas que realizam, não apenas no volume”, conclui o presidente da Acimacar.

Confira a matéria completa na edição impressa desta sexta-feira (17).

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