Paraná
Justiça determina que professores do Ensino Médio retomem atividades na segunda-feira (02)
A Justiça concedeu uma liminar, neste sábado (28), e determinou que 30% dos professores do terceiro ano do Ensino Médio retomem as atividades na segunda-feira (2). A decisão foi imposta pelo juiz de plantão do estado, Victor Martin Bapschke. No despacho, o juiz justifica que “há risco evidente e irreparável a ausência do conteúdo para os fins do concurso vestibular, provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e recomposição do calendário escolar”. Caso a ordem seja descumprida, haverá multa diária de R$ R$ 10 mil.
No fim da tarde desta sexta-feira (27), o governo do estado protocolou um pedido de liminar para que a greve dos professores da rede pública do Paraná seja decretada ilegal. Conforme a Justiça, essa questão só poderá ser julgada depois de quarta-feira (4), quando a categoria vai se reunir em assembleia.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão, diz que os professores ainda não foram notificados oficialmente, mas garante que a categoria recorrerá da decisão.
“É muito ruim que o governador, em vez de fazer um esforço para assumir o compromisso que ele mesmo firmou com a categoria, mais uma vez se comporte como imperador. O Paraná, como se vê, já não é mais uma democracia”, afirma Leão.
Segundo o presidente da APP-Sindicato, não há condição alguma das aulas voltarem na segunda-feira. A assembleia estadual para decisão sobre o fim ou não da greve, convocada para a próxima quarta-feira, está mantida.
Greve dura 19 dias
A greve dos professores foi deflagrada há 19 dias, depois que o governo atrasou o terço de férias da categoria. O movimento se acirrou depois que chegou à Assembleia um pacote de medidas de ajuste fiscal. Quase um milhão de alunos da rede estadual estão sem aulas desde o dia 9 de fevereiro, dia para o qual o começo do ano letivo estava agendado.
Desde o início da greve, vários servidores estão acampados no Centro Cívico, onde fica a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e o Palácio Iguaçu. Eles chegaram a invadir o Legislativo quando deputados tentaram aprovar em apenas um dia um pacote de medidas de austeridade que poderia mexer com benefícios dos servidores. Os projetos foram retirados pelo governo para revisão.