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Paraná

“Festa do Cupim começou de modo inusitado”, revela idealizador

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Joni Lang/OP
Idealizador da Festa do Cupim, João Alberto Schell (Beto)

 

A Festa do Cupim Assado de Pato Bragado iniciou de modo inusitado. O idealizador do evento é o bragadense José Alberto Schell (Beto), que na época integrava o CTG Sepé Tiaraju. Era o ano de 1986 quando os tradicionalistas sentaram à mesa para discutir a criação de um prato típico ao ainda distrito de Pato Bragado, na época pertencente a Marechal Cândido Rondon. Eu fui o criador da festa, sendo que a 1ª edição aconteceu em 1988 e foi realizada pelo CTG Sepé Tiaraju através do patrão Elpídio DallAgnol. As cinco primeiras festas foram realizadas pelo CTG até que o município entrou como parceiro e depois realizador do concurso, menciona.

Nós estávamos em uma reunião do CTG numa época em que nem sede havia, foi quando tive a ideia de fazer a festa com um prato típico. Marechal Rondon tem boi no rolete, Toledo tem porco no rolete, em Santa Helena surgiu a Festa do Costelão, então eu sugeri a Festa do Cupim. As conversas foram iniciadas quando o patrão do CTG era o ex-prefeito Luiz Grando, que mais tarde entregou a patronagem para Elpídio DallAgnol, que colocou em prática a nossa ideia, diz Beto.

Ele comenta que a festa foi toda organizada, mas quando chegou a hora de realizar faltava o prato principal, o cupim, então o grupo foi até o frigorífico Umuarama buscar a carne. O curioso é que eu e o Sérgio Canabarro fomos buscar o cupim com a boiadeira lavada, uma caixa térmica e avisamos ao gerente que viemos retirar a encomenda, quando ele nos perguntou: cadê o furgão?, lembra, emendando: aí ele comentou que só poderíamos levar os cupins em uma câmara fria. Carregamos na câmara fria e transportamos em um lugar separado dentro da caixa térmica para depois vir a Pato Bragado.

De acordo com ele, foram comprados 150 quilos de cupim para cerca de 300 a 400 convidados, além disso foram assados outros tipos de carne. A curiosidade era na forma de assar porque a turma fazia o box com tijolo e daí volta e meia o cupim estava quase pronto, o papel-alumínio estourava e pegava fogo, dava aquele gritedo, o que era bonito de ver, conta, sorrindo ao lembrar a situação.

 

Dimensão inesperada

Apesar do município ter assumido mais tarde a realização do evento, desde a 1ª edição teve concurso de assadores e premiação em troféu do 1º ao 15º lugar. Foram 15 equipes de Pato Bragado e mais algumas de Marechal Rondon, se aproximando de 25 a 30 equipes de assadores. Naquela época Beto era açougueiro, então além de criar a Festa do Cupim ele faturou o 2º lugar, enquanto em 1989 ficou em 3º lugar. Depois disso se mudou para Santa Helena, de onde retornou há alguns anos. Mas nos oito anos em que Luiz Grando era prefeito eu recebia convite e prestigiava o evento, menciona.

Beto ressalta que quando idealizou o prato típico do município não imaginava que o evento viesse a ser realizado em um grande e agradável bosque, menos ainda que teria a dimensão atual, sendo que a população do município de cinco mil habitantes passa de 10, 12 mil pessoas durante a Festa do Cupim. Me sinto contente e orgulhoso por ter criado o prato, mas não pensei que a festa se tornaria tão grande como nos moldes atuais, afirma, brincando: qualquer hora dessas vão reconhecer e dar uma (medalha de) honra ao mérito.

 

Pitada de segredo

O criador da festa ficou em 8º lugar no concurso de assadores do ano passado, que reuniu 210 equipes. Neste ano não vou assar, eu vou almoçar com a equipe do prefeito Mano, acrescenta. Quando o assunto é o segredo para deixar o prato saboroso e conquistar o paladar dos visitantes, Beto salienta que cada assador tem o seu gosto e o seu dom para preparar e assar o cupim. Para mim quanto menos tempero verde, melhor fica o sabor da carne. Eu mesmo tempero com sal grosso, alho e nada mais de tempero verde. É claro que existe uma pitada de segredo, algo especial que não posso contar, finaliza.

 

É um cupim melhor do que o outro, dizem jurados

Bastante conhecidos em Pato Bragado, Nelson e Cleni Ditz participam pelo terceiro ano consecutivo na condição de jurados no Concurso do Cupim Assado. O casal menciona que praticamente todos os anos prestigia a Festa do Cupim Assado, seja pelo Clube de Idosos seja pela equipe da Linha Barigui.

Segundo eles, 20 casais experimentam de 25 a 30 pedaços de cupins. Os jurados se reúnem às 11 horas na CCO e aguardam o pessoal da organização trazer os pedaços de cupim para serem provados e analisados. Ninguém tem acesso às equipes e nenhum jurado fica sabendo de qual equipe pertence o cupim que está saboreando. Dessa forma é bom porque a gente pode dar um voto mais isento, enaltece o casal Ditz.

Com tantos assadores de boa qualidade que usam e abusam da criatividade e dotes culinários, fica difícil avaliar quem tem as reais chances de levar o troféu e o prêmio de campeão. A gente prova, toma água, mas não é fácil julgar e avaliar porque todas as equipes se dedicam para deixar o prato bem saboroso. É difícil dar nota porque é um pedaço mais gostoso do que o outro. Os cupins preparados pelas equipes têm sabor muito bom, maciez e um aroma que chama atenção. Todos os jurados analisam muitos itens até chegarem a uma nota final. Para domingo a gente acredita que deve ser novamente uma missão difícil, porém agradável, destacam Nelson e Cleni Nitz.

Divulgação
Casal de jurados Nelson e Cleni Ditz

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