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Agronegócio

Banco Central ensaia elevar juros a 12% e penalizar consumo. Uma equação que afeta diretamente o setor produtivo

calendar_month 11 de dezembro de 2024
2 min de leitura

A inflação assusta a todos países no pós-pandemia. Este é um fato inegável, no entanto, no momento atual, percebe-se um “afrouxamento” das restrições monetárias impostas por vários países importantes no contexto econômico mundial, dando a entender que a fase mais aguda desse processo já passou – podemos citar Estados Unidos, China e alguns países da União Europeia.

Então, falando de Brasil, e observando os atuais indicadores econômicos: como taxa de desemprego ao redor de 6%, e caindo, reservas cambiais acima de US$ 350 bilhões e PIB que, conforme o próprio Banco Central (BC), deve crescer acima de 3% pelo segundo ano consecutivo, seria correto afirmar que a única preocupação para um novo aumento na taxa de juros básica seria a demanda, que deveria estar desproporcional à oferta de produtos e serviços no país, no entanto, esta não é a percepção da população.

É verdade que ao longo dos meses que sucederam a pandemia, a maior parte dos preços não voltou ao período pré-pandemia. Mas hoje os preços que mais influenciam o aumento do INPCA, índice que é referência para a inflação, são, em sua maioria, de origem sazonal ou administrado pelo próprio governo. Por outro lado, um preço que sempre pesou nesta cesta foram os alimentos, e neste quesito, estamos vivendo um momento até de choque de oferta. A queda registrada nos preços das commodities alimentares é a maior prova disso.

DÓLAR: De novembro de 2023 a novembro de 2024, a divisa norte-americana obteve uma valorização de 25%, saindo de R$ 4,85 para R$ 6,04. Claro que isto impactou o custo dos alimentos e alimentou a inflação no período, no entanto, isto o mercado já absorveu.

Mas o nervosismo que vem sendo demonstrado pelo mercado financeiro face ao anúncio feito pelo governo na última semana sobre o corte de gastos, para cumprir com as metas do chamado arcabouço fiscal, e que criou impacto no câmbio deve também afetar os juros. Podemos fechar o ano com Selic em 12%. Pior pra quem produz, ótimo para quem investe em derivativos, ou seja, apostam em dólar, juros futuros e títulos da dívida pública do Brasil. Neste contexto, o consumidor padece.

João Luis Nogueira é diretor do Departamento de Agronegócios da Prefeitura de Toledo, presidente do Conselho de Agronegócios, palestrante e consultor

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