Com a expectativa de números expressivos em termos de produtividade, teve início na microrregião de Marechal Cândido Rondon a colheita da 2ª safra de milho, também conhecida como safrinha.
Poucas áreas estão recebendo as colheitadeiras e caminhões para o transporte, já que tradicionalmente os trabalhos de campo se intensificam nos meses de julho e agosto.
As primeiras lavouras não representam o que deve ser a colheita no geral, pois estas enfrentaram problemas climáticos e maior incidência de pragas, mas as demais tendem a ser bem mais produtivas.
O maior problema a ser observado nesta safrinha de milho é que, após terem tido custos elevados para plantar, os produtores vivenciam baixos preços pagos pelo cereal.
“Na semana que antecedeu as chuvas tivemos o início da colheita da 2ª safra em nossa região. Infelizmente esses primeiros cultivares não têm mostrado um resultado tão satisfatório, lembrando de tudo que aconteceu, os primeiros híbridos implantados, tiveram uma pressão maior dos insetos principalmente percevejos, cigarrinha, excesso de chuva, falta de luminosidade e, posteriormente, tivemos um período de estiagem. Tudo isso vai afetando a capacidade produtiva do híbrido, lembrando que isso não reflete a realidade da nossa 2ª safra. A grande maioria das propriedades está em excelente desenvolvimento, o que nos leva a crer que teremos excelentes produtividades, na casa de 250 sacas por alqueire ou acima disso. Contudo, nesse momento, não é algo tão animador, pois estamos diante de uma situação de preços não tão agradáveis, porém devemos ficar atentos à instabilidade do mercado, principalmente notícias sobre o desenvolvimento da safra americana. Tivemos previsões, recentemente, de uma possível deficiência hídrica nos Estados Unidos, o que já aqueceu o preço no Brasil; a possibilidade de frio intenso no Sul do Brasil também deu uma aquecida e independente de geada ou não o frio prejudica o desenvolvimento da cultura e consequentemente lá no final algum índice de perda a gente sempre tem”, aponta o produtor, engenheiro agrônomo e vice-presidente do Sindicato Rural Patronal de Marechal Cândido Rondon, Cevio Mengarda.
Segundo ele, em relação à próxima safra, também deve-se ficar atento à instabilidade americana e à instabilidade política brasileira. “Podem nos trazer boas oportunidades para travar os custos, devemos sempre ter isso em mente. Depois daquele episódio que muitos tinham contrato a R$ 80, R$ 90 e a soja acabou disparando a R$ 150, muitos produtores acabaram desanimando de fazer, de travar o custo de produção, o que nao é interessante. Neste ano mesmo essa 2ª safra quem fez, quem travou a produtividade, quem travou o custo de produção, teve boas oportunidades de travar a R$ 70, R$ 80, e nesse momento estão um pouco mais tranquilos. Tem o custo de produção pago, um bom preço e pode tentar barganhar, pode tentar especular no mercado boas condições. Dessa forma, a recomendação é que também para próxima safra trave seu custo, pois os insumos tiveram uma certa redução de preços, então temos boas oportunidades no mercado para travar o custo e vamos torcer para que o ano que vem tenhamos preços melhores, e independente se o custo foi travado a um preço abaixo, devemos lembrar que com o nosso lucro líquido a gente tem oportunidade de especular, e agora muitas vezes sem fazer sem travar o custo a gente pode entrar em situações desagradáveis. É o que está ocorrendo agora com o milho a R$ 48, R$ 49. Há poucos dias esteve a R$ 44. Não cobre o custo, tem que ter uma produção extremamente elevada para cobrir o custo”, enaltece Mengarda.
Com assessoria
