Em Nova Aurora, no oeste do Paraná, área dominada pela agricultura e criação de peixes, um outro animal vem ganhando espaço: a rã.
No fim do ano passado, o produtor de tilápias Bruno Lotti decidiu investir na criação para abate dos pequenos anfíbios de água doce. Além do estudo sobre o setor, foram investidos R$ 90 mil na criação da espécie rã-touro e R$ 10 mil em licenças.
Do girino ao abate, são de oito a 12 meses de criação. Por isso, Lotti planeja para quem deve vender os primeiros resultados, em outubro.
“Existem abatedouros em São Paulo e Santa Catarina e também um público local que quer comprar a rã aqui, que tem uma lembrança, e que vem comprar a rã viva”, ele diz.
André Muniz, professor de medicina veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que, na venda, um dos motivos que encarecem o preço é que apenas metade do peso de cada rã é convertida em carne. Cada adulto da rã-touro pesa, em média, 500 gramas.
“Se ele pagou R$ 20 no quilo vivo, já passou para R$ 40 o quilo de carne. Ele ainda vai adicionar um custo de frigorificação, de logística, das licenças que precisa para abater. A carne acaba sendo vendida para o mercado na faixa de R$ 50 a R$ 60 o quilo” , Muniz detalha.
Lotti também tem um setor de reprodução com nove casais de rãs. Cada par pode gerar de cinco a 25 mil ovos. Pensando nesse crescimento, o produtor tem planos para construir um novo espaço para abrigar mais 100 mil girinos.
Cuidados
A rã-touro precisa água limpa, alimentação especial e temperatura controlada para ter um bom desenvolvimento.
“A temperatura ideal para o girino é de 24ºC a 28ºC. Para a rã, de 24ºC a 35ºC. Ela se alimenta mais e o metabolismo processa melhor o alimento”, conta Lotti.
Na estufa de Lotti, todo processo de cuidado com os animais é feito por ele.
Com G1
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