Distrito de Iguiporã apresenta maior média de cigarrinhas capturadas por armadilha

O Boletim Técnico Nº 9 – Alerta Cigarrinha, divulgado nesta segunda-feira (27), mostra que o distrito de Iguiporã apresenta a maior média de cigarrinhas capturadas por armadilha (82,4). O boletim também mostra o número de 56% de propriedades monitoradas que já passaram o estágio V8 e estão fora de risco.

O período dessa avaliação foi de 14 a 20 de março, sendo as condições climáticas no período com média de precipitação pluvial acumulada no município de 26 milímetros, com variação na distribuição das chuvas sendo registrado média de 5 milímetros, em Novo Três Passos e 44 milímetros no distrito de Iguiporã.

A temperatura média no período foi de 25 °C, máxima de 30,6 ºC; mínima de 21,3 ºC e a umidade relativa do ar média de 76% com máxima de 90% e mínima de 51%.

Nesta nona avaliação foi diagnosticado que todas as lavouras já efetuaram a aplicação de inseticidas, dos quais 20,7% fizeram manejo com uma aplicação, 19% com duas aplicações, 22,4% com três aplicações, 12,1 % com quatro aplicações, 13,8% com cinco aplicações e 8,6% já manejaram as pragas iniciais com inseticidas por no mínimo seis vezes. O uso de controle biológico também tem sido opção adotada pelos produtores, dos quais 13,8% já realizaram pelo menos uma aplicação de produtos biológicos.

Quanto a população de cigarrinhas, todas as armadilhas capturaram cigarrinhas do milho, que contabilizaram um total de 3259 cigarrinhas, sendo que 6 armadilhas (8,8%) capturaram até 5 cigarrinhas (pontos cor amarela); 21 armadilhas (30,9%) de 6 a 20 cigarrinhas (pontos cor laranja claro), 19 armadilhas (27,9%) capturam entre 21 e 50 cigarrinhas (pontos cor laranja escuro) e 15 armadilhas (22,1%) capturaram entre 51 e 100 cigarrinhas (pontos cor vermelho), 5 armadilhas (7,4%) capturaram entre 101 e 200 cigarrinhas (pontos cor vermelho escuro) e 2 armadilhas (2,9%) capturaram entre 201 e 400 cigarrinhas (pontos cor roxa).

A Figura 3 mostra a quantidade de armadilhas por categoria e em relação à leitura anterior, as armadilhas contendo de 21 a 50 cigarrinhas tiveram crescimento de 138% e de 51 a 100 cigarrinhas crescimento de 88%. Essa situação exibe um avermelhamento no mapa (Figura 1) especialmente na Sede Municipal e nos distritos de Margarida, Iguiporã, Porto Mendes e São Roque. O município apresentou média de 47,9 cigarrinhas por ponto de avaliação, isso significa aumento de 125% em relação a avaliação anterior.

Na Figura 2 pode-se observar que o Distrito de Novo Três Passos, apresentou menor presença do inseto (15,6 cigarrinhas), com aumento de 130% em relação a avaliação anterior. Por outro lado, o Distrito de Iguiporã apresentou a maior presença, com média de 82,4 cigarrinhas capturadas, significando aumento de 111% em relação a semana anterior, esse distrito vinha registrando baixa população, no entanto, já na semana anterior, ficou evidente a chegada de grande revoada, o que intensificou ainda mais essa semana. Considerando que das 9 propriedades avaliadas no distrito 5 estão entre V3 e V5 (55%) e que há grande possibilidade dessa revoada estar contaminada com os patógenos e a possibilidade de refletir na produtividade é grande e segue em estado de alerta.

O Distrito de Porto Mendes, segundo maior valor, apresentou média de 75,4 cigarrinhas por armadilha, aumento de 303%. O aumento repentino da população de cigarrinhas associado a presença de patógenos já identificado no distrito pode ser danosa, contudo, das 10 propriedades avaliados 7 (70%) já estão na fase V8 ou mais e se o panorama geral do distrito seguir a amostragem, talvez o dano dessa invasão não seja tão elevado, mas segue em estado de alerta.

Na sequência, está o Distrito de São Roque com média de 68,8 cigarrinhas por armadilha (aumento de 72%), nesse distrito são monitoradas 5 propriedades, das quais 4 (80%) já estão além do estádio V8, mas vale ressaltar que as semeaduras mais tardias devem ser afetadas devido ao recente aumento na população de cigarrinhas.

O Distrito de Margarida apresentou captura de 41,2 cigarrinhas em média (aumento de 32%), embora não tenha apresentado aumento explosivo, tem mantido desde o início população mais elevada. Nesse distrito 53% das propriedades avaliadas já passou do estádio V8, mas chegaram nessa fase sempre em contato com cigarrinhas, isso pode indicar danos na produtividade.

Na sequência, a Sede Municipal apresentou 38,5 cigarrinhas capturadas por armadilha (aumento de 179%), também está sob efeito de uma explosão populacional e deve manter estado de alerta, contudo 75% das propriedades monitoradas já passou do estádio V8 e o alerta segue para as lavouras semeadas tardiamente.

Por fim, o Distrito de Novo Horizonte com número médio de 20,3 cigarrinhas por armadilha registrou um aumento de 263% em relação a avaliação anterior, configurando uma explosão populacional. Contudo, semelhante ao distrito vizinho, Novo Três Passos, ambos ao norte de Marechal Cândido Rondon a quantidade de cigarrinhas capturadas é menor em relação às outras regiões avaliadas. Um fator importante é que das sete propriedades avaliadas apenas duas atingiram o estádio V8 (28,5%). Por conta disso, é preciso um cuidado especial nas próximas duas semanas que serão extremamente importantes.

A flutuação populacional da cigarrinha do milho pode ser visualizada na Figura 4, apresentado dados desde o início das avaliações, em 16 de janeiro, até o momento atual, a qual demostra a explosão populacional ocorrida nas duas últimas semanas para os distritos de Iguiporã, Porto Mendes e São Roque e na Tabela 1 estão os dados das últimas seis semanas do monitoramento para cada ponto (data, número de cigarrinhas e infectividade), que pode ser conferida no Boletim Técnico Nº 9 – Alerta Cigarrinha.

Para cada região de monitoramento foram coletadas amostras de cigarrinhas nas armadilhas que capturaram o maior número de cigarrinhas, para analisar se elas estão ou não contaminadas com os molicutes (Candidatus Phytoplasma asteris e Spiroplasma kunkelii) e o Vírus da risca do milho (Maize Rayado Fino Virus – MRFV). O resultado da quarta avaliação laboratorial referente a captura de cigarrinhas. no período de 6 a 13 de fevereiro, pode ser visualizada na Tabela 1 e a presença de pontos positivados com pelo menos um patógeno pode ser visto no mapa (Figura 1) marcados com sinal de positivo (+).

Para a quinta semana de avaliação não foram coletadas amostras para análise de detecção em cigarrinhas e até o fechamento do Boletim nº 9, o resultado laboratorial da sexta semana (21 a 27/02) não havia sido concluído ainda. Para visualizar resultado de análises anteriores a 06 de fevereiro, recomenda-se consultar boletins anteriores.

Na nona avaliação da flutuação populacional de cigarrinhas no milho a precipitação pluvial tem sido cada vez menor (média na semana 26 milímetros), permitindo que o cartucho do milho esteja isento de água livre e o ambiente se torna propício para multiplicação das cigarrinhas, favorecendo o aumento da população. Nesse momento, 36,8% das propriedades estão entre a primeira e a sexta folha expandida (V1-V6), período em que as plantas infectadas pelos molicutes apresentam potencial de redução da produtividade, principalmente em cultivares mais sensíveis, sendo importante adotar o manejo recomendado pelo Engenheiro Agrônomo que presta assistência técnica. Por outro lado, 56% das lavouras já atingiram ou passaram do estádio de 8 folhas expandidas (V8), estádio no qual poucos danos são registrados pela inoculação de molicutes, ou seja, estão saindo ou saíram da fase de maior risco e, caso não tenham sido contaminadas pelos patógenos, apresentam baixo risco de perda de produtividade a partir desse momento.

Acompanhamento do Alerta Cigarrinha

O jornal O Presente Rural realizou uma parceria com a equipe do Projeto Alerta Cigarrinha e é o veículo de mídia oficial para divulgação dos boletins técnicos.

Para acompanhar os resultados e informações do último monitoramento clique no Boletim Técnico Nº 9 – Alerta Cigarrinha.

O Presente Rural com Adapar

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