O Boletim nº 11 – alerta cigarrinha da Adapar aponta um número médio de 62,5 cigarrinhas (Dalbulus maidis) por armadilha no período de 28 de março a 3 de abril, bem como que a sede de Marechal Cândido Rondon apresenta a maior média de cigarrinhas capturadas por armadilha (média 86,1).
As condições climáticas no período, com média de precipitação pluvial acumulada no município de 14,8 milímetros, indicam variação na distribuição das chuvas, sendo registrado média de 5 milímetros em Porto Mendes e 20 milímetros nos distritos de Novo Três Passos e São Roque. A temperatura média no período foi de 24,3°C, máxima de 31,1ºC; mínima de 19,3ºC e a umidade relativa do ar média de 71% com máxima de 89% e mínima de 47%.
O manejo químico da cigarrinha tem sido adotado por todos os produtores, dos quais 3,4% fizeram manejo com apenas uma aplicação, 6,9% duas aplicações, 31% três aplicações, 25,9% quatro aplicações, 6,9% cinco aplicações e 22,4% já manejaram por no mínimo seis vezes. O uso de controle biológico também tem sido opção adotada pelos produtores, dos quais 22,4% já realizaram pelo menos uma aplicação de produtos biológicos concomitante com inseticidas químicos.
Quanto à população de cigarrinhas, todas as armadilhas distribuídas no município de Marechal Cândido Rondon capturaram cigarrinhas do milho, que contabilizaram um total de 4250 cigarrinhas, sendo que 2 armadilhas (2,9%) capturaram até 5 cigarrinhas (pontos cor amarela); 14 armadilhas (20,6%) de 6 a 20 cigarrinhas (pontos cor laranja claro), 20 armadilhas (29,4%) capturam entre 21 e 50 cigarrinhas (pontos cor laranja escuro), 19 armadilhas (27,9%) capturaram entre 51 e 100 cigarrinhas (pontos cor vermelho claro), 10 armadilhas (14,7%) capturaram entre 101 e 200 cigarrinhas (pontos cor vermelho escuro) e 3 armadilhas (4,4%) capturaram entre 201 e 400 cigarrinhas (pontos cor roxa).
A Figura 3 mostra a quantidade de armadilhas por categoria e em relação à leitura anterior, as armadilhas contendo de 51 a 100 cigarrinhas (cor vermelho claro) permaneceu estável em relação a última leitura e a faixa de 101 a 200 cigarrinhas (cor vermelho escura) apresentou crescimento de 5,2%, contudo o número de armadilhas na faixa de 201 a 400 cigarrinhas (cor roxa) saltou de uma para 3 armadilhas. Essa situação mantém o avermelhamento do mapa (Figura 1), mas com evolução para alguns pontos roxos.


O município apresentou média de 62,5 cigarrinhas por ponto de avaliação, situação sem alteração significativa em relação à semana anterior. Nesta semana observou-se que o distrito de Novo Três Passos, apresentou menor presença do inseto (27,8 cigarrinhas) pela terceira semana consecutiva com aumento de 5% em relação a avaliação anterior. Por outro lado, a sede municipal apresentou a maior presença, com média de 86,1 cigarrinhas capturadas por armadilha, significando aumento de 18,8% em relação à semana anterior. Na sede municipal das 16 propriedades avaliadas 12 já estão no pendoamento e não receberam mais aplicação de inseticidas, situação que favorece o crescimento populacional e coloca a região em evidência.
O distrito de São Roque, junto com Porto Mendes, apresentou o segundo e terceiro maiores valores (72,8 e 71,7 cigarrinhas respectivamente), redução na média da população capturada de 22,4% e 21,8% respectivamente em relação à semana anterior. Na sequência, está o distrito de Margarida com média de 61,2 cigarrinhas por armadilha (aumento de 19,8%). O distrito de Novo Horizonte apresentou captura de 49,9 cigarrinhas por armadilha, apresentando aumento de 18,5%. Por fim, o distrito de Iguiporã apresentou 47,3 cigarrinhas capturadas em média (redução de 21,3%), sendo a segunda semana consecutiva com redução populacional.
A flutuação populacional da cigarrinha do milho pode ser visualizada na Figura 4, apresentado dados desde o início das avaliações em 16 de janeiro até o momento atual, a qual demostra a explosão populacional generalizada ocorrida nas últimas semanas e alguns distritos já em queda nesta semana. Na Tabela 1 estão os dados das últimas seis semanas do monitoramento para cada ponto (data, número de cigarrinhas e infectividade).

Na primeira quinzena de março os distritos de Iguiporã, São Roque e Porto Mendes vivenciaram uma explosão populacional ocasionada possivelmente pela migração das cigarrinhas (Figura 4), contudo, no momento atual, essas populações estão em declínio, possivelmente até estabilizar o nível populacional.
Já a sede municipal apresentou a explosão populacional na segunda quinzena de março e espera-se uma redução nas próximas semanas. Por outro lado, os distritos de Margarida, Novo Horizonte e Novo Três Passos não demonstraram explosão populacional, mas um crescimento populacional mais lento, indicando que pode estar mais associado a multiplicação interna da praga do que chegada de revoadas. As revoadas favorecem a distribuição dos patógenos causadores de enfezamentos e viroses, ao passo que crescimento lento distribui apenas os patógenos presentes internamente.
Para cada região de monitoramento foram coletadas amostras de cigarrinhas nas armadilhas que capturaram o maior número de cigarrinhas, para analisar se elas estão ou não contaminadas com os molicutes (Candidatus Phytoplasma asteris e Spiroplasma kunkelii) e o Vírus da risca do milho (Maize Rayado Fino Virus – MRFV). Os resultados da sexta (21-27/02), sétima (28/02 a 06/03) e oitava (06-13/03) avaliações referentes a captura de cigarrinhas no período de 21 de fevereiro a 13 de março podem ser visualizadas na Tabela 1. Essa tabela contendo todos os dados do monitoramento para cada ponto, com data, número de cigarrinhas e infectividade, pode ser conferida no Boletim Técnico nº 11 – Alerta Cigarrinha. O resultado laboratorial da oitava avaliação (14 a 20/03) não havia sido disponibilizado e será divulgado no próximo Boletim Técnico.
Na décima primeira avaliação da flutuação populacional de cigarrinhas no milho a precipitação pluvial tem sido baixa (média na semana 14,8 milímetros), permitindo que o cartucho do milho esteja isento de água livre e o ambiente propício para multiplicação das cigarrinhas, favorecendo o aumento da população. Nesse momento, 20,6% das propriedades avaliadas estão entre a quinta e a sétima folha expandida (V5- V7), período em que as plantas infectadas pelos molicutes ainda apresentam algum potencial de redução da produtividade, principalmente em cultivares mais sensíveis, sendo importante adotar o manejo recomendado pelo Engenheiro Agrônomo que presta assistência técnica. Por outro lado, 79,4% das lavouras já atingiram ou passaram do estádio de 8 folhas expandidas (V8), estádio no qual poucos danos são registrados pela inoculação de molicutes, ou seja, estão saindo ou saíram da fase de maior risco e, caso não tenham sido contaminadas pelos patógenos, apresentam baixo risco de perda de produtividade nestas fases. A Figura 5 mostra o número de lavoura de milho safrinha monitoradas em cada estádio fenológico da cultura na semana do dia 28 de março a 03 de abril de 2023.

O Presente Rural com Adapar
