Nesta quinta-feira (29), o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, faleceu aos 86 anos, deixando um legado significativo para a agricultura brasileira. Ele estava internado em estado grave no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte (MG), e sua morte foi confirmada pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) e pelo próprio hospital. Deixa a esposa, Marisa Gonzaga. “É com profundo pesar que a Associação Brasileira dos Produtores de Milho lamenta o falecimento do ex-ministro Alysson Paolinelli, ocorrido no dia 29 de junho de 2023. Paolinelli foi uma figura ímpar no campo da agricultura brasileira, deixando um legado significativo para o setor. Sua trajetória exemplar como engenheiro agrônomo, pesquisador e líder inspirou gerações de profissionais e contribuiu de forma inestimável para o desenvolvimento agrícola do país”, destacou a entidade em comunicado nas redes sociais.
Além de ex-ministro, Paolinelli também ocupou a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades – durante as gestões de Rondon Pacheco, Hélio Garcia e Eduardo Azeredo.
Alysson Paolinelli nasceu em Bambuí, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, em 1936. Como engenheiro agrônomo, desempenhou um papel fundamental na introdução da tecnologia na produção agrícola do Brasil. Sua influência e conhecimento profundo do setor agrícola o tornou um ícone reconhecido internacionalmente.
Como ministro da Agricultura no governo de Ernesto Geisel, deixou um legado significativo ao implementar políticas que acompanharam o crescimento e a modernização da agricultura brasileira. Sua visão estratégica e compromisso com a pesquisa, ciência e tecnologia desempenharam um papel fundamental na transformação do Brasil em uma potência agrícola.
Seu trabalho incansável no estudo do potencial agrícola do Cerrado e seus esforços para promover a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável foram reconhecidos com o prestigiado World Food Prize, em 2006.
Paolinelli ficou conhecido como o patrono da agricultura tropical devido à sua notável contribuição para o programa Polocentro, que levou tecnologia para o cerrado brasileiro, permitindo a produção de grãos em áreas que antes eram consideradas inutilizadas.
Além disso, Alysson Paolinelli foi responsável pela criação do Programa Integrado de Pesquisas Agropecuárias do Estado de Minas Gerais (Pipaemg), que serviu de base para o estabelecimento da Epamig, da Embrapa e do Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuária (SCPA). Seu compromisso com a pesquisa agrícola impulsionou o desenvolvimento científico no setor e contribuiu para os progressos na produtividade agrícola.
Em reconhecimento ao seu trabalho, Paolinelli foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021. Sua trajetória inspiradora foi destacada na edição de março do Jornal O Presente Rural, onde sua história foi contada e testemunhos de amigos e produtores foram compartilhados. Para conferir a série de reportagens especiais produzidas à época acesse o site (clique aqui).
Alysson Paolinelli deixa um legado inegável para a agricultura brasileira. Sua visão, compromisso e paixão pelo desenvolvimento agrícola continuarão a influenciar as gerações futuras. Sua partida representa uma perda irreparável, mas seu legado permanecerá como um exemplo e uma fonte de inspiração para todos aqueles que trabalham no setor agrícola. “Ele sempre será lembrado como um defensor dos interesses dos produtores rurais e um entusiasta da pesquisa agrícola. Sua liderança e visão continuam a inspirar a busca por soluções inovadoras e sustentáveis para o agronegócio brasileiro. Neste momento de luto, a Abramilho presta suas condolências à família e amigos de Alysson Paolinelli. Sua partida deixa uma lacuna irreparável no setor agrícola, mas seu legado continuará vivo como uma referência de dedicação, conhecimento e comprometimento com a agricultura brasileira. Descanse em paz, Alysson Paolinelli. Seu trabalho e contribuições ficarão para sempre na história do nosso agro”, frisa a Abramilho em comunicado.
O Presente Rural
