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Agronegócio

Paraná decreta Estado de Emergência Fitossanitária por conta da “doença das cítricas”

Região noroeste é a mais afetada pela bactéria. Segundo Adapar, em seis meses, mais de 160 mil plantas contaminadas foram erradicadas no Estado


calendar_month 31 de dezembro de 2023
3 min de leitura

A Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná decretou Estado de Emergência Fitossanitária por conta do Greening.

Essa doença, que afeta frutas cítricas e não tem cura, vem devastando pomares no estado, especialmente no noroeste, que concentra 80% da produção estadual de laranjas.

O decreto prevê a erradicação obrigatória de plantas hospedeiras em áreas públicas ou particulares, pelos poderes públicos estadual e municipal, e pelos proprietários de estabelecimentos rurais ou urbanos, inclusive em áreas de preservação permanente.

O Greening é causado por uma bactéria transmitida pelo psilídeo. O inseto se alimenta de plantas cítricas e acaba transportando a bactéria de plantas doentes para sadias. Ao se acumular, a bactéria impede o desenvolvimento dos ramos e das frutas. “Nunca passei por essa dificuldade tão grande”, diz produtor.

Na propriedade do citricultor João Luiz Pasquali, os quatro mil pés de laranja precisaram ser cortados, pois estavam contaminados.

“Eu mexo com agricultura desde 1989. Nunca passei por essa dificuldade tão grande que estamos passando hoje por causa do Greening”, comenta.

O produtor, que colhe laranjas há 34 anos, faz as contas para avaliar se continua ou não na atividade.

“Eu tenho vontade de investir em laranja, mas eu vou aguardar até maio pra ver quantas plantas que eu estou cuidando agora que vão ser erradicadas. Se tiver mais do que 10%, aí eu já vou parar de investir em laranja. Agora, se tiver até uns 4-5%, eu vou continuar”, diz ele.

Em outra área no noroeste do estado, em Alto Paraná, foram mais de sete mil pés cortados para evitar que o restante do pomar também fosse contaminado.

Era um pomar novo, com seis anos, que foi tomado pela doença. Em menos de dois anos, o produtor já precisou cortar mais de 40 mil pés de laranja.

Fiscalização

Desde julho, órgãos de controle do estado têm intensificado a fiscalização e a orientação a produtores sobre a doença.

Pomares domésticos, onde praticamente não existe controle, acabam se tornando locais de multiplicação do psilídeo, e prefeituras têm feito o corte das plantas.

Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), nos últimos seis meses, mais de 160 mil plantas contaminadas foram erradicadas.

“Quando eu falo em erradicação em áreas de proteção ambiental, eu falo principalmente em limão cravo. Mais rústico, uma planta exótica, não é nativa, só que dentro da área de proteção ambiental, a gente não conseguiu determinar a erradicação de uma maneira fácil. E é extremamente importante que a gente faça dessa planta também, pois ela é um foco da doença. Na maioria das vezes a gente trabalha com plantas sintomáticas. No caso da murta, ela não apresenta sintomas da doença, mas abriga o psilídeo. Com esse decreto, a gente consegue fazer a erradicação dessas plantas com mais segurança e eficiência”, explica o gerente de sanidade vegetal da Adapar, Renato Blood.

Com G1

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