Uma pesquisa desenvolvida em alguns estados, incluindo o Paraná, mostra que é possível ter produção de soja ao lado de criação de abelhas, com uma cultura podendo trazer muitas vantagens para a outra.
A engenheira agrônoma, Lígia Jung, explica que quando começa a florada da soja, também é a época em que as abelhas aparecerem. Ela, que é produtora de soja no município de Floresta, tem 40 hectares que entraram em floração em novembro.
A lavoura faz divisa com uma área de mata, onde vivem as abelhas, e de onde Lígia tira sua segunda fonte de renda, como apicultora. A conferência dos favos é realizada diariamente e a colheita deve começar logo mais. E ela declara:
“Compensa o calor, o suor, as ferroadas. Se a gente trabalhar com elas certinho, a gente consegue fazer um ‘bem bolado’ com elas”.
Este ‘bem bolado’, unindo abelhas e soja, que o pesquisador da Embrapa, Décio Gazzoni busca em um projeto piloto desenvolvido em três estados brasileiros: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraná. Onze propriedades estão sendo monitoradas, uma delas a da Lígia.
São regras simples, como o uso correto de inseticidas – levando em conta a dosagem, o tipo de veneno, a forma de aplicação e a quantidade. Segundo os técnicos, a soja exige no máximo duas aplicações por safra. O ideal é restringir o uso nessa época de florada e nunca passar pela manhã, quando as abelhas estão nas lavouras.
“Após a primavera, a quantidade de flores em algumas regiões é reduzida, então a floração da soja passa a ser uma das principais opções para as abelhas em alguns casos. As lavouras acabam exercendo uma importância grande para a sobrevivência delas e em alguns casos até uma produção de mel”, explica o zootecnista, Héber Pereira.
O profissional é especialista em abelhas e explica que a comunicação entre produtores vizinhos também é fundamental.
Com G1
