O presidente da Lar, Irineu da Costa Rodrigues, concedeu entrevista ao jornal O Presente/O Presente Rural em meados de fevereiro, oportunidade em que falou sobre novos modelos de gestão nas cooperativas, a ampliação do abate de frangos em uma de suas mais novas plantas industriais e algumas marcas que a cooperativa atingiu em 2022.
Rodrigues comentou sobre as mudanças na diretoria da Central Frimesa. Neste ano, o então diretor executivo Elias Zydek assumiu a presidência no lugar de Valter Vanzella, que estava há 26 anos no comando da cooperativa. Para Rodrigues, o tamanho que alcançaram as cooperativas agroindustriais do Paraná, especialmente em relação à Lar, Copagril, C.Vale, Coopacol e Primato, que fazem parte da Central Cooperativa Frimesa, está traçando um novo modelo de gestão, onde os presidentes não necessariamente sejam cooperativistas de sucesso e sim dirigentes de grandes negócios, como executivos e CEOs.
“(A troca na presidência da Frimesa) foi uma ideia amadurecida, porque as cooperativas estão se desenvolvendo muito. Não vai ser possível que venha um agricultor empreendedor, que tenha sido bem-sucedido, que até tenha estudado bastante, para pegar uma empresa deste porte. Na Frimesa vai ser assim daqui pra frente. Os cinco presidentes das filiadas formam a diretoria, só que nenhum deles vai exercer a presidência em rodízio. Nós vamos contratar um presidente de mercado e, por sorte nossa, nós temos uma pessoa (Elias Zydek) preparada internamente para fazer isso. E pode acontecer que ele não tenha sucesso e que a gente deva buscar um presidente, digamos assim, qualificado, mas com uma história de resultado”, destacou o presidente da Lar. “E é isso que eu penso que no futuro vai acontecer com todas as cooperativas. Vejo a mudança de forma muito natural. Eu acho que a necessidade está levando a esse modelo de gestão”, destacou.
Mais abate de frango
Rodrigues também falou sobre a ampliação nos abates de frangos, que hoje é de cerca de 1 milhão ao dia, com a expansão das atividades do frigorífico em Marechal Cândido Rondon, que deve passar a abater sete dias por semana. “Nós temos todo um planejamento feito e não é de agora. Desde dois anos atrás que ele está em curso. Primeiro a se resolveu uma série gargalos internos que tinha essa planta, como falta de água. Já existia um projeto e nós colocamos em prática. Em dois meses a Lar deixou de comprar água e passou a ter água própria, com custo bem menor. A viabilidade começou por ali, pela água. Depois tinha uma série de melhorias no processo que precisava ser feita e que foram realizadas ao longo desses dois anos. Nesse momento, nós estamos investindo em torno de R$ 38 milhões. Estamos ampliando câmara (fria), resolvendo outros gargalos para podermos aumentar a atividade desta planta. Vamos elevar o abate de 165 mil para 185 mil frangos dia, agora, muito rápido. Nós queremos, até o meio do ano, começar a abater aos sábados e até o final do ano ou começo do próximo ano abater aos domingos. Nós estamos dobrando o número de frangos abatidos nessa planta. Para isso, vai precisar mais mil funcionários”, destacou, lembrando que deve ser um processo dificultoso encontrar mais essa quantidade de trabalhadores no Oeste do Paraná.
Com mais abate, mais aviários devem ser necessários. O presidente da Lar destacou que um movimento para ampliar a produção no campo também já está em desenvolvimento. “Isso também está em curso. Nesse momento, a Lar está produzindo mais pintainhos, ovos férteis. Nós já temos hoje produtores produzindo ovos férteis, coisa que antes só a Lar fazia”, mencionou.
Fábrica em Entre Rios do Oeste
Para mais frango, mais ração. A fábrica em Entre Rios do Oeste também passou por mudanças para garantir oferta para a demanda de nutrição animal na região. “Saímos de 60 funcionários quando pegamos a dois anos atrás para 180 hoje. Foi a indústria que mais investimos, não foi no frigorífico. Investimos em torno de R$ 60 milhões na planta de Entre Rios e triplicamos o tamanho dela. Hoje toda a ração que é fornecida aos integrados (da microrregião) vem dessa indústria. Melhoramos muito a qualidade da ração, não só a qualidade nutricional quanto a forma em que é fornecido nas granjas, que têm um aproveitamento melhor”, disse, lembrando que passou da ração farelada para a peletizada.
Marcas
O presidente também falou de algumas marcas alcançadas pela Lar que a colocam entre as maiores cooperativas do Brasil. “Nós alcançamos algumas marcas que a gente se orgulha. A Lar se tornou em tamanho a segunda maior cooperativa do Estado e talvez do país. Porque no faturamento nós ultrapassamos a segunda e a terceira, então de quarto lugar, pulamos para segundo lugar”, mencionou, destacando o faturamento de R$ 21,6 bilhões em 2022. “Em 2023 temos uma meta de faturamento de R$ 24 bilhões e um resultado financeiro semelhante que atingimos este ano (2022)”.
Assista à entrevista em vídeo:
O Presente/O Presente Rural
