Para garantir a sanidade e o bem-estar dos suínos é essencial que os produtores adotem práticas de criação responsáveis, isso inclui fornecer um ambiente que atenda às necessidades nutricionais e comportamentais dos animais, garantir boas condições sanitárias e oferecer um manejo cuidadoso durante todo o fluxo de produção. “Ao acompanhar o bem-estar dos suínos, não apenas promovemos sua saúde, mas também contribuímos para a sustentabilidade e a qualidade na produção de carne suína”, sustenta o médico-veterinário e mestre em Ciência e Sanidade Animal, César Feronato, que foi um dos palestrantes da 2ª edição do Dia do Suinocultor O Presente Rural Frimesa, realizada de forma híbrida em 20 de julho, em Marechal Cândido Rondon.
Neste contexto, um fator crucial que merece atenção é o tipo de sistema de produção adotado. No caso do sistema Todos dentro – Todos fora (TD –TF), os suínos nascidos na mesma semana são movidos em conjunto para o próximo estágio de produção. Esse método permite que as instalações sejam completamente esvaziadas, lavadas e desinfetadas antes da chegada do próximo lote.
Por outro lado, em sistemas de produção contínua, os suínos mais leves são deixados na mesma sala para acompanhar os leitões de tamanho similar do lote mais jovem. “Esse tipo de sistema pode provocar efeitos negativos, uma vez que mais de 90% dos problemas infecciosos são disseminados pelos próprios suínos, ou seja, ao manter um animal que já está na idade ideal para a fase de terminação, acaba-se também retendo um problema que poderia ser evitado caso o fluxo de produção seguisse o modelo Todos dentro – Todos fora”, ressaltou o profissional.
O médico-veterinário salienta que é crucial compreender o quanto o fluxo de produção influencia diretamente na sanidade dos suínos. “Optar pelo sistema adequado pode fazer toda a diferença na prevenção de doenças, garantindo um ambiente mais saudável e seguro para o desenvolvimento destes animais”, afirma.
Feronato destaca de forma contundente a importância de alinhar as metas produtivas com a sanidade das granjas, pois a imunidade dos suínos está intrinsecamente relacionada às boas práticas de manejo. “É fundamental que os produtores busquem conciliar as metas de suas propriedades com a saúde dos animais, investindo primordialmente no básico, mas essencial”, mencionou.
O mestre em Sanidade Animal reforça a importância de garantir que as metas de produção sejam alcançadas sem negligenciar a sanidade dos suínos. Ele enfatiza que o manejo correto dos animais é um dos pilares para garantir a imunidade e bem-estar do plantel e isso inclui investir em boas práticas desde o início da criação. “Não se trata apenas de maximizar a produção, mas de fazê-lo de forma responsável e sustentável, respeitando os aspectos sanitários e assegurando que os animais possuam condições adequadas para expressar todo o seu potencial genético”, enfatizou.
Pontos-chaves
Feronato ressalta a importância de ser rigoroso no processo entre os lotes, fazer a limpeza completa das fossas e adotar o vazio sanitário adequado, ações essas que permitirão um controle mais efetivo para evitar a disseminação de patógenos e garantir um ambiente seguro para o desenvolvimento dos suínos.
Outro aspecto enfatizado pelo médico-veterinário é a importância do fluxo dos animais, respeitando cada fase da produção. “Essa abordagem assegura que as etapas de produção são programadas de forma organizada, evitando possíveis retrocessos que possam comprometer a saúde e o desempenho dos animais”, pontua.
Ele também menciona o cuidado com o bem-estar animal como sendo um fator essencial para garantir resultados positivos na produção suinícola. “Quanto melhor o ambiente oferecido aos suínos, mais fácil será para eles se adaptarem e expressarem todo o seu potencial produtivo de forma saudável e equilibrada”, salientou Feronato.
O Presente Rural
