Pastor Mário Hort
A falta de união entre o cristianismo é vergonha mundial – 3ª parte
Em memória ao pastor Mário Hort, o Jornal O Presente publica os últimos artigos escritos por ele
Não foi essa a vontade de Deus, que o seu povo estivesse separado por milhares de “arames farpados” de grupos cristãos, aqueles por quem Jesus orou para que todos fossem um, como ele o seu pai são um. (João 17:11)
Em Moscou encontrei com os “ortodoxos corretos”, católicos que são os universais. Temos os tradicionais e os pentecostais… É esta a união que o Espírito Santo queria?
Aos decolar do aeroporto de Paris, eu fiz a foto do solo francês por lembrar da noite de São Bartolomeu, e temos informações de até 70 mil mortes naquela noite e nos dias posteriores.
Sabe-se que os rios ficaram tingidos pelo sangue dos mortos, entre católicos e protestantes.
Este é o resultado terrível da falta de união, e foram mortos ainda mais pessoas pela Santa Inquisição durante séculos.
Escrevo desta “desunião” com muita tristeza, após retornar de Moscou, onde tivemos o terror da perseguição comunista. Porém, por que a Igreja comprada pelo sangue do Cordeiro de Deus vive um terrorismo interno durante séculos e milênios?
Não é possível que comunguemos entre os cristãos, pois as intrigas e os combates continuam, por igrejas que são criadas a cada dia, com objetivos vergonhosos de ganância e não da UNIÃO no amor de Jesus.
Façamos tudo quanto podemos para não ser participantes deste “terrorismo” espiritual.
Como é bom viver em união, porque ali o Senhor ordena a sua bênção!
A bênção de Deus é ordenada do céu sobre a convivência entre irmãos. Porém, onde há intrigas e enganos contra irmãos faltará a bênção na casa, igreja e sociedade.
O Senhor retira a sua bênção quando surgem deslealdade e invejas que fazem de irmãos ladrões da maior periculosidade, estando um ao lado do outro.
Imagine a bênção ordenada do céu sobre a unidade de irmãos da mesma família, a sociedade ou a nação!
Muitas empresas, igrejas e nações poderiam saciar a fome dos povos que enfrentam calamidades e catástrofes, contudo, a bênção ordenada para a união é retirada pelas guerras que matam multidões.
A guerra de Caim e Abel continua. A Escritura diz: “Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim agricultor. 3 Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. 4 Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho.
O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, 5 mas não aceitou Caim e sua oferta. Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou.
6 O Senhor disse a Caim: “Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? 7 Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”. 8 Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: “Vamos para o campo”. Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou. (Gen 4:2-8)
Caim ainda está vivo. A inveja de Caim até hoje é a mesma na sociedade, igreja, entre países e nações.
No peito de todos nós ainda vive o “Caim” da inveja, do egoísmo e do ódio, e se todos nós combatêssemos o “Caim” em nossos peitos poderíamos ser abençoados.
Que mundo maravilhoso poderia existir sem as guerras da inveja e do egoísmo que procuram arranhar tudo para debaixo das próprias unhas, somente para ser o maior e o mais poderoso.
Deus ordena a retirada de suas bênçãos e castiga com maldição aos que agem com ódio, entre famílias, igrejas, pastores e líderes religiosos e políticos.
O autor foi pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon. Ele faleceu no último dia 09 de outubro.