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Editorial

A hora é agora

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Uma onda de insatisfação tem ganhado força no Oeste do Paraná. Não por menos. As duas praças de pedágio, propostas para ser instaladas na região de Mercedes/Terra Roxa e em Cascavel/Toledo, no eixo da BR-163 e BR-467, estão causando indignação na população e em muitas autoridades regionais. Com a nova concessão chegando, chega também uma conta que ninguém mais aguenta pagar.

E toda essa situação ganha contornos ainda mais melancólicos, já que foram investidos dezenas de milhões de reais para duplicar a rodovia entre Marechal Cândido Rondon e Cascavel. Investido dinheiro público. Agora, com a rodovia praticamente pronta, os governantes querem ofertá-la à iniciativa privada, que vai ter como trabalho cobrar dos motoristas.

Na década de 1990, quando a BR-277 foi pedagiada, a rodovia era praticamente intransitável. Buracos, imperfeições e má sinalização eram alguns dos problemas. A concessionária que assumiu a rodovia foi responsável pelas obras. Já agora, nem isso terá o trabalho e o custo para fazer.

Quando se fala que o brasileiro é um bicho sofredor é por essas e outras. Trabalha para pagar horrores de impostos e não recebe praticamente nada em troca, a não ser esse tipo de situações “goela abaixo”.

Ampliar o número de praças de pedágio no Paraná é mais uma proposta questionável, um tapa na cara de do trabalhador que rala dia a dia.

A população, as entidades e os políticos precisam tomar consciência de que esse é o momento para reverter essa situação. Depois, serão 30 anos pagando. E pagando caro. Alguns especialistas sugerem que em sete anos o pedágio vai estar mais caro do que é hoje. Isso porque as cláusulas de concessão permitem aumentos que podem chegar a 40%.

Prefeitos da região, como de Cascavel e Toledo, entre outras lideranças, estão se mobilizando para alinhar um posicionamento conjunto e definir os próximos passos. A ideia é não somente ter um discurso único, mas de fato fazer algo para frear essa ideia de colocar uma praça de pedágio entre estes dois municípios do Oeste, celeiro do agro nacional.

A região será penalizada caso essas novas praças de pedágio sejam efetivamente construídas. O Oeste, onde mais se produz grãos e carnes, pode perder competitividade.

Isso terá reflexos na vida cotidiana das pessoas. Com o transporte mais caro, os produtos vão ficar mais caros. É um movimento natural.

O povo paranaense não aguenta mais pedágios caros. Essa é a hora de reivindicar. E cabe aos políticos fazer com que essa ideia não vá em frente.

Apesar de tudo isso, possivelmente isso vai acabar dando em nada. Ou seja: reclamamos, mas vamos acabar pagando. Uma verdade difícil de aceitar.

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