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Editorial

A nova era da pecuária no Paraná

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Nesta semana o governo federal atestou: o Paraná é Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Mas o que isso tem a ver com a vida de um rondonense que vive na cidade e nem sabe o que de fato é febre aftosa? Tudo. A partir do ano que vem, se o reconhecimento do governo brasileiro for retificado pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), o Paraná vai entrar em uma nova era da pecuária. Não só na criação de bovinos, mas também de aves e frango. Ainda continua sem entender como isso pode afetar a sua vida? Explico.

Ser considerado livre de febre aftosa sem vacinação é um atestado de que aquele país ou região tem, basicamente, o melhor status sanitário do mundo. Assim sendo, os grandes mercados consumidores, aqueles mais exigentes, pagam mais por toda a proteína animal produzida na região. E pagam bem mais.

Em Marechal Cândido Rondon, a suinocultura é o alicerce do agronegócio. Em um ano, faturou quase meio bilhão de reais. A avicultura vem na cola, seguida pelo leite. Só então aparecem os grãos no ranking de maiores geradores de riquezas no campo. Com o selo na embalagem de seus produtos atestando seu rigor em sanidade, o produtor paranaense – e rondonense – vai ganhar muito mais pelos seus produtos. O status internacional vai permitir ao Paraná dobrar as exportações de carne suína, por exemplo, das pouco mais de 100 mil toneladas para 200 mil toneladas por ano.

Vendendo mais, a melhores preços, o produtor rural ganha mais, a agroindústria ganha mais, o que significa mais investimentos e mais dinheiro circulando na região, nas lojas de roupas, nas agências de viagens ou concessionárias de veículos.

Ganhando mais, o agente de viagem vai comprar um carro novo. O vendedor de automóveis vai fazer aquela viagem. O empresário da moda vai ao restaurante, onde o dono vê mais dinheiro entrando e já pensa naquela roupa para o verão. E por aí vai, em um círculo virtuoso de mais renda e mais consumo.

Esse reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação é não somente um título, é o resultado de um trabalho de anos a fio, de produtores rurais, dos serviços veterinários oficiais e de tantos outros profissionais que há vários anos lutam para suprimir essa doença dos rebanhos paranaenses. É uma conquista histórica, que vai elevar a pecuária do Estado a outros patamares. Será a nova era da pecuária no Paraná.

Com o surgimento da pandemia, provocada nesse caso pela falta de segurança sanitária no consumo de alimentos na China, o consumidor irá olhar cada vez mais para o que está colocando dentro do prato. A origem e a segurança dos alimentos vão, em pouco tempo, até mesmo no Brasil, substituir o preço como principal agente decisor na hora de escolher esse ou aquele produto. Qualidade, segurança, rastreabilidade e sustentabilidade social e ambiental vão caminhar lado a lado com a produção de alimentos. E o Paraná, um dos territórios que mais produz alimentos no planeta, está neste caminho.

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