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Elio Migliorança

A queda das máscaras

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Os brasileiros estão chocados com as recentes revelações que ajudam a entender os motivos pelos quais afundamos na pior crise da história do país. Quando achamos que não pode piorar, novos esquemas criminosos vêm à tona e expõem a face podre daqueles que nos governam.

As máscaras estão caindo e figuras que até um passado recente eram consideradas de conduta ilibada estão mostrando como o escalão superior da República está contaminado e precisa ser purificado.

A prisão de dois ex-governadores no Rio de Janeiro comprova que quando há vontade e compromisso profissional, o Poder Judiciário funciona e pode, se quiser, passar o Brasil a limpo. O número de desmascarados é assustador.

Na guerra entre os poderes Legislativo e Judiciário foram divulgados contracheques absurdos. Se apenas a metade dos contracheques, documento que mostra o valor do salário do trabalhador, forem verdadeiros, isso é um caso de polícia, pois não é possível aceitar que desembargadores ou assemelhados recebam R$ 300 mil ou R$ 400 mil por mês. Sempre acreditamos que juízes estivessem acima de qualquer suspeita, mas nem todos são um bom exemplo.

Quem aceita uma aposentadoria destas sabe que comete um crime contra a economia popular, pois a Constituição que todos devemos respeitar estabelece um teto salarial no país que não passa dos R$ 34 ml mensais.

Caiu também a máscara dos Tribunais de Contas Estaduais. Estudo do Tesouro Nacional comprova que eles deram aval às maquiagens feitas nas contas dos Estados nos últimos anos. Em vários itens apontados, os governos estaduais desrespeitaram a Lei de Responsabilidade Fiscal e, para não ficarem desenquadrados, o que resultaria numa série de restrições, os governadores se utilizaram de brechas aprovadas pelos próprios tribunais.

Nos relatórios divulgados em que é citado, entre outros, o Estado do Paraná, dão conta que resoluções dos próprios tribunais permitiram que os Estados ficassem artificialmente enquadrados nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Com salários muito acima da média nacional, os conselheiros dos Tribunais de Contas fazem o jogo dos governadores, afinal, quem nomeia os conselheiros são os governadores, uma regra que precisa ser alterada, pois os tribunais não podem servir de cabide de emprego para políticos malsucedidos nas urnas ou bajuladores de plantão que, uma vez conquistado o cargo vitalício, retribuem com estas gentilezas ilegais, tudo pago pelo povo que sofre com uma abusiva carga tributária. Conselheiros que não cumprem seu dever também deviam ser punidos.

Também caiu a máscara dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pois segundo dados revelados recentemente, 33% dos processos lá existentes acabam prescrevendo, isto é, como não são concluídos dentro do tempo estipulado por lei perdem o efeito e com isso muitos criminosos ficam impunes pela extinção do processo. Considerando que cada ministro do STF tem mais de 250 assessores, é no mínimo uma prova de má vontade ou cumplicidade com o crime.

E os deputados federais, que nem máscara possuem, apenas cara de pau, estão afoitos para aprovar a qualquer custo a anistia para o caixa 2 até esta data, todos apavorados com a possibilidade real de irem parar na cadeia, lugar mais que merecido para a maioria deles.

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