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Editorial

Ainda é cedo

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Milhões de pessoas voltaram ao confinamento depois que o governo chinês detectou centenas de casos de coronavírus nos últimos dias. Os casos tratam-se da variante delta, a que mais preocupa autoridades da saúde pública ao redor do mundo atualmente. Isso demonstra o quão frágil pode ser uma situação de transmissão local dessa variante, também presente no Brasil.

Na China, o governo está fazendo testes em massa, pedindo que as pessoas fiquem em casa em algumas regiões e que saiam de Pequim somente ser for muito necessário. O receio é porque a variante ainda é pouco estudada e pode ser que as vacinas não sejam tão eficientes contra ela. Os asiáticos agem firmemente para que os estragos não sejam ainda maiores.

No Brasil a situação deu uma acalmada. Os números de casos de Covid-19, internamentos e mortes têm caído consideravelmente, mas a taxa de transmissão ainda está alta. Ou seja: o vírus está circulando livremente por aí, mesmo que não seja capaz de causar tantos estragos na saúde pública como outrora.

No entanto, vale lembrar que uma grande parcela de jovens e adultos não recebeu nenhuma dose de algum imunizante e que a quantidade de pessoas completamente imunizadas, com as duas doses ou dose única, ainda é muito baixa. A situação dos hospitais mudou, mas isso não quer dizer que a pandemia está sendo vencida. Ainda há um bom caminho a percorrer para que todos os brasileiros e brasileiras estejam bem protegidos contra esse vírus que tanto mal tem causado para a humanidade.

Em algumas cidades da região Oeste a vacinação começou a chegar para pessoas na faixa dos 20 anos. Há outras, no entanto, como Marechal Cândido Rondon, que entram na casa da primeira dose em pessoas com 31 anos ou mais. A vizinha Medianeira está ainda mais atrasada: 34 anos.

Ainda vai levar alguns meses para que toda a população elegível tenha recebido ao menos uma dose e, quem sabe, até o fim do ano ou início de 2022 para que todos tenham a imunização completa.

Algumas regras de combate à Covid-19 estão sendo flexibilizadas, como a ampliação do horário do comércio, a volta das partidas esportivas amadoras, entre outras situações. No entanto, não é vida normal, não é vida que segue. As regras de distanciamento social devem ser rigorosamente observadas. Mas não é isso que se observa em uma rápida passagem nas ruas. Muita gente sem máscara, desrespeitando o distanciamento, muito por conta de que já recebeu a primeira dose e se sente mais protegido. É uma sensação natural, mas equivocada.

É preciso o Brasil avançar na vacinação. Se possível e quando indicado, reduzir o espaço entre as doses para acelerar o processo. Vale comemorar a redução dos casos e mortes, vale usufruir das regras flexibilizadas, mas enquanto toda a população não for vacinada é preciso manter as recomendações de cuidados para não ser preciso voltar atrás como a China está voltando.

 

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