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Editorial

Alerta ligado

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Horrível e medonha. Assim pode ser descrita a boneca Momo, figura que remete a uma lenda japonesa, que é simbolizada por uma mulher-pássaro de feição assustadora, com olhos esbugalhados e boca enorme em forma de V e que pode ser a responsável por ao menos um suicídio de criança no Brasil. Ela não, criminosos que usam o WhatsApp para se passarem pela boneca.

De acordo com a polícia brasileira, essa pode ser uma nova modalidade dos desafios na internet, como o da Baleia Azul, que viralizou em 2017 e que estimulava crianças e adolescentes a se mutilar e até a cometer suicídios.

Um caso em Pernambuco, na semana passada, ligou o alerta entre autoridades, comunidades escolares e pais de todo o Brasil. As investigações seguem a linha de que o menino, de nove anos, teria cometido enforcamento seguindo as orientações da suposta boneca, de cabelos oleosos, olhos esbugalhados e sorriso aterrorizante. De modo geral, ao estabelecer a conversa com a personagem, após adicionar aos contatos, é possível ouvir ruídos, gritos e uma agitação que transmite a sensação de pavor para quem está do outro lado da linha.

A velocidade com que as informações se disseminam pela internet, obviamente, fizeram o desafio ganhar o Brasil rapidamente. Em Marechal Cândido Rondon, a boneca já é assunto entre crianças e adolescentes. Algumas delas, inclusive, já teriam feito contato com a personagem fictícia. Papais e mamães, fiquem ligados. Um novo desafio que pode acabar em morte está sendo lançado na internet. Seu filho pode estar tendo contato com ele.

Mais que saber o que o filho está fazendo na internet, é preciso conscientizá-lo sobre como usar a tecnologia com responsabilidade. É praticamente impossível saber o que seu filho ou filha tem acesso nas redes sociais, nos sites, etc. Até pelo motivo de que não é possível estar com eles a todo momento. No entanto, é preciso ensiná-lo a navegar em locais confiáveis, não conversar com estranhos (essa dica vale desde sempre) e buscar a orientação de um adulto sempre que ele julgue necessário, em momentos de coação, por exemplo.

Para tal, é preciso deixar seu filho ciente dos perigos que lhe cercam por trás das telas de tablets e smartphones. Ele precisa entender que nem tudo que ele vê é bom, faz bem ou é necessário. Ele deve estar ciente de que criminosos navegam em busca de vítimas, muitas vezes por trás de ursinhos carinhosos ou bonecas assustadoras. Outra questão é a relação entre pais e filhos, que precisa ser aberta e franca para que os pequenos possam, quando sentirem-se ameaçados, falar sobre o tema abertamente em casa. Nas escolas, o assunto também deve ser abordado com critérios.

Cada pai e mãe sabem exatamente a maneira que melhor lhes convêm para criar e educar seus filhos, mas uma coisa é certa: falar de internet e redes sociais está sendo cada vez mais fundamental na educação da era digital. Ter uma relação límpida e transparente sobre o que acontece nas telas dos celulares é uma obrigação do mundo moderno. Relaxar nesse terreno pode ser a diferença entre a vida e a morte.

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