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Editorial

Ansiosidade

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Cinquenta e uma pessoas já morreram por complicações da Covid-19 em Marechal Cândido Rondon. No Brasil, são aproximadamente 280 mil vítimas da doença. As pessoas se foram e deixaram enlutadas todas essas famílias.

O avanço da doença é assustador em várias partes do país. Os leitos para tratamento, tanto de enfermaria quanto de terapia intensiva, estão cada vez mais escassos, apesar do esforço das autoridades em aumentar sucessivamente as vagas nos hospitais.

As equipes de profissionais de saúde estão esgotadas e já não são em número suficiente.

Há mais de um ano as notícias que a população aprendeu a consumir são de muita luta, muita dor, muito luto. Mais recentemente, a esperança em dias melhores, a esperança na vida, foi renovada. Com a chegada das primeiras doses da vacina no país, todo esse turbilhão ganhou realmente uma boa notícia.

As pessoas começaram a ficar eufóricas com a possibilidade real de serem imunizadas e seguirem suas vidas sem medo, sem a distância de outras pessoas que amam. Voltar a trabalhar e viver em comunidade passou a ser uma possibilidade real.

Como não poderia ser diferente, as pessoas ficaram ansiosas esperando a oportunidade de receber as doses. Além dos profissionais de saúde, começaram a ser imunizados os idosos. Entre eles, é nítida a sensação de alívio. Os olhos brilham como se a vida recomeçasse.

A vacinação se tornou um evento. Ou melhor, se tornou um dos mais importantes eventos dos últimos anos. Celulares a postos, as pessoas celebram o momento com fotos e vídeos. Todo mundo quer registrar o momento em que a vida sem Covid-19 está começando. A emoção das pessoas que são imunizadas mostra o quanto elas querem essa vacinação. E querem logo. A ansiedade aumenta a cada dia, a cada nova notícia de mais doses chegando.

Mas infelizmente esse sentimento de alívio ainda é para pouquíssimas pessoas. A vacinação é angustiantemente lenta no Brasil. Para se ter uma ideia, jovens podem ser vacinados só em 2022.

Mudanças são iminentes no Ministério da Saúde. A saída do atual ministro, Eduardo Pazuello, desgastado por sua postura na coordenação no combate ao coronavírus, chancelada pelo presidente Jair Bolsonaro na compra de vacinas, é praticamente certa. Gera-se nova expectativa quanto à próxima figura que vai ocupar o Ministério.

A esperança por dias melhores é a cada dia mais próxima. A ansiedade para chegar a vez de tomar a dose é cada vez mais evidente nas pessoas. Mas é preciso pressionar as autoridades para acelerar todo esse processo. O Brasil está atrasado e o sistema de saúde está em colapso. É preciso se cuidar, evitar aglomerações, usar máscara e álcool gel, mas também é preciso que mais doses de esperança cheguem à população. Que o olhar de esperança que se vê naqueles já imunizados seja uma realidade para todos, o mais rapidamente possível.

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