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Arno Kunzler

Aos Empresários…

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Nestes momentos de crise, fala-se muito do problema do desemprego, e com razão. Nada pior que uma pessoa perder o seu emprego.

Fala-se em criar novas regras de apoio aos desempregados… também necessárias e importantes para proteger quem trabalha.

Porém, jamais ouvi uma única palavra que expresse a menor preocupação com quem gera empregos e quem gera impostos.

É impressionante como os empresários brasileiros são tratados, seja pelos governos, seja pelos sindicatos, seja pelos próprios trabalhadores que deles obtêm seu sustento.

Nas escolas ensinamos tudo, menos ser empresário. Nas faculdades, o espaço que se oferece para estimular o empreendedorismo é ínfimo.

Não há nenhum curso que capacite um candidato a empresário nas suas funções básicas, como abrir uma empresa, como selecionar funcionários etc…

Normalmente se aprende isso depois que já se é empresário… cursos oferecidos pelo Sebrae.

Até porque se no Brasil um pretendente a empresário soubesse antes quão difícil é, a maioria nem teria coragem para começar.

O empresário é o único ente do setor produtivo que põe o seu próprio capital a risco.

É o único que assume o risco, desde as crises econômicas até com as circunstâncias do seu negócio que podem mudar.

É a única categoria que não tem sindicatos a fazer piquetes quando os juros aumentam, quando o governo desestabiliza seu negócio com políticas que desestimulam o seu setor.

É o único setor que quando a crise chega não consegue fugir dela, precisa enfrentá-la, muitas vezes perdendo seu próprio capital.

Quando precisa demitir um funcionário, ainda paga multa para o governo… 40% sobre o FGTS depositado…

Ninguém demite funcionário que trabalha ou que faz falta numa empresa. Só demite quando não tem mais razão de ser. Logo, a punição que se atribui ao empresário quando é obrigado a demitir, na maioria das vezes pelas políticas equivocadas do próprio governo, é extremamente injusta.

É preciso enaltecer neste país quem gera empregos e impostos. Que são, na grande maioria, as pequenas e médias empresas.

Os empresários não têm aposentadoria especial, nem proteção para seus filhos. Se querem se aposentar têm que pagar 100% do seu próprio bolso. Ou arriscar que seus sucessores consigam fazer a empresa ter continuidade e pagar-lhes uma renda vitalícia.

A grande maioria dos pequenos e médios empresários não tem férias regulares, quando sente que precisa tirar férias é porque o médico mandou tirá-las.

Esses empresários é que arriscam o seu capital, seu tempo e o talento de seus dirigentes para fazer algo acontecer.

Quem arrisca seu próprio capital sabe o que é uma ou inúmeras noites de insônia.

Sabe o que é fazer um investimento e depois ser surpreendido pelas políticas dos governos que mudam com muita frequência.

Governos que se sucedem e só pioram a situação das empresas com novos impostos, mais burocracia e menos perspectivas.

Os governos que têm medo de fazer a reforma do Judiciário porque mexe com interesses que podem exercer força política contrária.

Têm medo de tirar mordomias dos congressistas e dos políticos eleitos em todo país porque não quer contrariar as forças políticas.

Governos que têm medo de flexibilizar as leis trabalhistas porque têm medo de enfrentar protestos dos trabalhadores.

Mas não têm medo de aumentar impostos a toda hora, toda vez que o caixa descontrolado necessita de mais dinheiro.

Esses são os empresários brasileiros, são muitos, são fortes, são valentes, mas não são estimulados e nem respeitados.

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