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Editorial

As ruas falam

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Mais que apoio ao presidente Jair Bolsonaro e às reformas que o governo pretende aprovar, especialmente a da Previdência, os movimentos em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal demonstraram o desgosto que a sociedade vem acumulando com o Congresso Nacional, formado pelos nobres deputados e senadores. O recado das ruas foi claro: não há ninguém contente com o que está acontecendo no Parlamento brasileiro.

De fato, não há como negar que o Congresso é uma das instituições mais odiadas do Brasil, junto com o Supremo Tribunal Federal (STF), é claro. Não é por menos. O Congresso é caro, ineficiente e tem demonstrado, ao longo desses meses de governo, que não está disposto a aprovar as medidas necessárias para a viabilidade econômica e financeira do Brasil. Pelo contrário, o que se viu até agora foi o que se observa ao longo da história: criaturas votando de acordo com as benesses que ganham, sejam cargos, ministérios, emendas parlamentares. Ninguém lá está disposto a votar sem receber algo em troca. O simples fato de o Brasil precisar parece não ser o suficiente para teclar sim ou não. É preciso aquele agradinho da tão suja e velha política de sempre.

Se o assunto é reforma da Previdência, saibam que os parlamentares custam por ano R$ 136 milhões, dinheiro que sai do bolso de cada um dos brasileiros. Desse total, eles contribuem com apenas 15%, ou seja, 85% da aposentadoria especial para esses políticos é paga pelo povo. Não bastasse, eles ganham cerca de 20 vezes mais que a média do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Político tinha que se aposentar pelo INSS, assim como qualquer cidadão comum, mas isso está longe de acontecer, talvez nunca.

As verbas de gabinete, os carros e mansões oficiais, os almoços de milhares de reais, as viagens, as diárias, as ajudas de custo, tudo isso e muito mais incha o custo do Senado e da Câmara dos Deputados, que não fazem por merecer tamanho investimento. Aliás, é preciso diminuir drasticamente o número de deputados, senadores e seus milhares de assessores. Fazem quase nada, barganham muito e custam horrores. O Congresso é um câncer que o Brasil precisa tratar.

O Brasil precisa andar pra frente, mas está da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, tendo suas previsões de crescimento reduzidas semana após semana. A expectativa de crescimento da economia, que no início do ano superava 3%, hoje não passa de 1,3%. A inflação deve alcançar a casa dos 4%, projetam especialistas. Muitas dessas projeções pessimistas são baseadas no cenário político, que ainda é uma bagunça no Brasil.

Enquanto o Congresso Nacional não agir com responsabilidade, o Brasil vai minguar, os investimentos vão embora, os empregos não serão retomados, a confiança não se ampliará, e o caos econômico vai permanecer borbulhante. Enquanto o Brasil não cresce, o mundo cresce. Ficar parado é o mesmo que andar pra trás.

A população brasileira precisa cobrar de seus políticos mais comprometimento com o Brasil. Se o Congresso não mudar seu jeito de ser, não há nada que possa ser feito pelo país. Nem Bolsonaro, nem as ruas poderão salvar o Brasil.

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