Arno Kunzler
Assassinos em série…
Vivemos tempos em que indivíduos se realizam assassinando pessoas em série. Pessoas que eles nem conhecem, que não têm culpa do mal que a sociedade possa ter lhes feito.
Eles matam apenas para contar o maior número de vítimas.
É uma brutalidade inexplicável.
Difícil é entender a cabeça e a frieza de um indivíduo que sai por aí com uma arma na mão atirando em pessoas inocentes.
Uma doentia loucura que não se sabe como combater e nem evitar.
Matar para mostrar a crueldade dos seus atos, exibindo corpos como troféus, é algo inconcebível e inimaginável para um ser humano normal.
Isso revela que matar e morrer para eles não faz a menor diferença.
Passar para a história como um herói que matou uma dezena de pessoas e depois tirou sua própria vida.
Que graça alguém pode ver nisso?
Como isso pode ser interessante? Que prazer a pessoa encontra exibindo sua crueldade dessa forma?
E o pior disso tudo é que não conseguimos evitar a imaginação. Poxa, poderia ter sido na escola do meu filho, do meu neto, do meu sobrinho, primo etc…
E quem poderá dar garantias de que isso não vá acontecer um dia?
A sensação de impotência não é só do Estado, que não tem elementos para evitar tais ações.
A sensação de impotência é ainda maior daqueles que colocam seus filhos numa escola na esperança de buscá-los ao final da aula, vivos.
Nossa imaginação foge ao controle quando olhamos ao redor e percebemos que nem mesmo muralhas e guardas bem preparados podem evitar que isso aconteça.
Um indivíduo disposto a matar e morrer consegue seu intento, mesmo que haja toda prevenção que possamos imaginar.
Estamos diante de algo tão chocante e imprevisível que mesmo incólumes nos deixa todos, de certa forma, traumatizados e anestesiados.
Esse tipo de terrorismo assusta e amedronta. Não tem como ficar tranquilo sabendo que isso pode acontecer.
Não importa as conclusões que a polícia vai chegar sobre a motivação que esses jovens tiveram para agir dessa forma.
O que importa saber por que isso aconteceu para os pais que perderam seus filhos num gesto tão extremo e impiedoso?
Se hoje estamos todos apreensivos e amedrontados pior é saber que nada, absolutamente nada, podemos fazer para evitar o próximo massacre.
O autor é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza