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Elio Migliorança

ASSUNTO BATIDO

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O assunto é batido e deve servir de lição para todos nós prestarmos mais atenção quando o Poder Público, seja municipal, estadual ou federal, tratar de algum assunto que possa comprometer nosso futuro. A questão em tela é o nosso velho, sofrido e caro pedágio cobrado nas estradas do Paraná. Quando foi negociado, a população não tinha conhecimento e nem consciência do que isso representaria para o futuro da economia do Estado. E nem tinha noção de que todos, mesmo aqueles que não viajam, acabariam pagando e caro pela decisão dos nossos governantes. Sim porque nossa região, que produz com grande competência e eficiência, paga o transporte dos produtos até o Porto de Paranaguá, nele incluído o valor do pedágio. O mesmo pedágio caro e que todos pagam serviu de trampolim para eleger um governador no famoso e mentiroso “abaixa ou acaba”, pois não abaixou nem acabou. E agora estamos diante de um novo aumento, que vai diminuindo a competitividade da nossa produção agropecuária, na medida em que o nosso custo aumenta, inflado também pelo alto valor do pedágio.
Os contratos com as concessionárias, diga-se de passagem, foram muito bem feitos, porque várias ações judiciais não conseguiram modificar sua redação nem impedir os aumentos anuais contratados. No passado também fomos enganados com uma “suposta” redução no valor, tão falsa quanto a propaganda eleitoral gratuita, que de gratuita não tem nada porque é paga por todos nós via compensação fiscal, ou seja, as empresas descontam do Imposto de Renda a pagar o custo do horário cedido para propaganda eleitoral. Aquela redução na tarifa foi compensada alterando o cronograma de obras que as concessionárias deviam realizar, ou seja, alterando prazos para duplicações e outras melhorias. E a cada ano as discussões são novamente colocadas na ordem do dia, mas entra ano e sai ano o valor vai subindo e as melhorias ficam para depois do Carnaval, faltando dizer apenas Carnaval de qual ano.
Indiscutivelmente, os usuários das rodovias pedagiadas têm razão. O valor pago é um assalto. Mas se houvesse um cronograma de obras a ser cumprido, incorporando estas melhorias a cada ano, o custo teria uma compensação em termos de segurança e tempo de viagem. Contudo, têm-se a impressão de que as obras prometidas serão realizadas no último ano de vigência dos contratos, provavelmente depois de 2020. E para antecipar este cronograma, fala-se então na prorrogação da vigência dos contratos. Espero que o governador seja suficientemente inteligente para não fazer uma sacanagem destas com o povo e a economia do Paraná. Principalmente quando se pesquisa o valor pago em outras rodovias pedagiadas no país é que temos noção do quanto estamos sendo espoliados. E por falar em espoliado, o último golpe de que fomos vítimas é o veto da presidente Dilma à lei de distribuição de royalties do petróleo extraído da camada do pré-sal. Sim, porque ali se beneficiou os Estados produtores. Nós temos em território paranaense a maior usina hidrelétrica do mundo e o imposto de circulação de mercadorias pago sobre a energia elétrica é creditado aos Estados consumidores, e não ao Estado produtor, no caso o Paraná.

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