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Silvana Nardello Nasihgil

Atenção, pais, mães e cuidadores…

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Mais uma vez uma história dramática de massacre, cometida por um adolescente que tinha como hábito jogos violentos da internet.

Diante disso, se faz necessário repensarmos a vida.

Creio que já passou da hora de prestarmos atenção nas crianças e adolescentes, naquilo que estão vendo, usando e absorvendo.

É muita violência e coisas afins que estão adentrando na vida das pessoas, que vêm criando os novos conceitos e servindo como alimento para despertar a violência.

Não falo isso porque eu acho. Não seria inconsequente a esse ponto. Falo porque acompanho adolescentes e famílias que se veem envolvidas por esse tipo de situação que entra na vida através dos meios virtuais.

Tem muita porcaria, muitas coisas que parecem ingênuas e interessantes, vestidas de jogos e vídeos curiosos, quando na verdade roubam a alma e desconstroem a essência do ser humano.

E na vida, presos em um quarto, na solidão de alguém que ainda sabe pouco da vida, a curiosidade é aguçada. E, sem perceber, estes adolescentes e jovens se veem envolvidos em um mundo que leva ao caos.

Achar que as crianças e adolescentes estão quietos e por isso estão bem é um erro muito grande que cometemos. Estar quieto pode muito bem ser estar entretido com aquilo que tira da realidade e, normalmente, o que atrai nessa faixa etária é aquilo que impacta o existir.

Crianças e adolescentes são curiosos e não têm condições de discernir o que é bom e o que pode lhes trazer consequências desastrosas. Cabe aos pais e cuidadores colocar um filtro e mostrar o malefício daquilo que entra na vida através dos dedos e dos olhos.

Estamos criando uma geração que sabe pouco sobre amor e muito cedo conhecem tudo sobre sexo, que não sabe o que fazer com os afetos, que conhece pouco sobre Deus e que cresce precisando dar conta sozinha daquilo que não entende sobre si e o mundo.

Na busca pelo conforto pessoal, pais e cuidadores se esquecem da responsabilidade que têm com a vida dos menores, esquecem que da vida eles sabem pouco ou quase nada, esquecem que se não forem acompanhados e ensinados, o mundo fará esse papel.

É hora de rever os comportamentos que estamos tendo, aqueles que vão além de suprir com bens materiais. É hora de pelo menos começar a pensar no futuro, lembrar que crianças e adolescentes têm necessidades especiais: eles precisam participar de brincadeiras saudáveis, precisam da presença da família, precisam sentir que são amados, que não são incômodo, precisam se sentir inclusos no meio familiar, precisam ser acolhidos e ouvidos. Nessa fase, estão ávidos por coisas novas e esse novo não precisa ser um jogo novo de videogame, mas deveria ser um jogo novo de inclusão familiar, um exercício que possa mostrar como são amados, que os faça sentirem-se especiais e desejados.

O prestar atenção nos detalhes daqueles que estão sob a nossa responsabilidade, sem dúvida, trará a eles qualidade de vida, equilíbrio, disposição e saúde mental e emocional. Favorecerá a concentração, a qualidade do sono e trará, sem dúvida, muita felicidade.

Que a gente aprenda a fazer a nossa parte quando ainda temos tempo de equilibrar o viver, porque se deixarmos para amanhã, pode ser tarde demais.

Para pensar e, se possível, agir.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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