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Dom João Carlos Seneme

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia

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Iniciamos o mês de novembro com a Solenidade de Todos os Santos. Na Liturgia, celebramos neste domingo. O nosso coração e pensamento voltam-se para os milhões de homens e mulheres que, ao longo da história, foram agraciados por Deus e aceitaram o seu dom. “Um santo é um pecador de quem Deus teve misericórdia”. Alguém que experimentou Deus em sua vida e não teve medo. Soube acolher o dom de Deus e foi um dom para os outros. Estamos celebrando, pois, a vida de seres humanos curados e salvos pela misericórdia de Deus. Não é um dia reservado para os heróis ou para uma elite que não tem nada a ver com nossas preocupações e alegrias. É a festa dos nossos irmãos e irmãs que foram fiéis e chegaram à casa do Pai! E até é bom e salutar recordar neste dia que a maior parte dos nossos nomes tiveram a sua origem em algum santo: José, Antônio, Francisco, Catarina, Teresa, Benedito, João. A festa, pois, está caracterizada pela alegria e pelo agradecimento.

Os santos e santas são exemplos vida para todos nós, pois eles foram fiéis até o fim e ofereceram suas vidas a Deus e aos irmãos. Por isso esta festa nos estimula a seguir os seus exemplos e nos manter firmes no seguimento de Cristo. É uma festa para todos, pois nossa vocação comum é a santidade.

No início do Cristianismo, os membros da Igreja eram chamados de “santos”. Por isso esta celebração nos recorda que a santidade é um projeto de vida ao alcance de todos. Ele vai sendo construído no dia a dia à medida que vamos seguindo a trilha das bem-aventuranças que nos revela a boa-nova do amor misericordioso e fiel de Deus. É o caminho escolhido por Jesus e deve ser o nosso também.

A Igreja sabiamente celebra a solenidade de Todos os Santos e a comemoração dos fiéis defuntos bem próximas. À nossa oração de louvor a Deus e de veneração de Todos os Santos e Santas, que a liturgia nos apresenta como uma “multidão imensa, que ninguém podia contar, de toda povo, raça e nação” (Ap 7,9), une-se a oração por todos aqueles que nos precederam na passagem deste mundo à vida eterna.

As bem-aventuranças se tornam um projeto de vida, um modelo de seguimento para quem quer viver nesta vida segundo os critérios de Deus. O discípulo de Jesus é santo por ser pobre no espírito, manso, sedento e faminto de Justiça, misericordioso, puro de coração e pacífico. As perseguições jamais o intimidam. Injuriado, perseguido e vítima da mentira, segue adiante sem se intimidar.

No centro da assembleia dos Santos e Santas brilha a Virgem Maria. Colocando a nossa mão na sua, nos sentimos animados a caminhar com mais empenho na vida de santidade. Confiamos a Ela o esforço de cada dia e rezamos também por todos os nossos queridos irmãos e irmãs que partiram desta vida, na confiança de que nos encontraremos todos juntos na comunhão gloriosa dos Santos e Santas.

 

Dom João Carlos Seneme é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

 

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