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Silvana Nardello Nasihgil

Blinde-se de comportamentos destrutivos

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Seria tão bom se as pessoas assumissem seus escorregões, se colocassem no lugar do outro e pelo menos tentassem imaginar a dor que podem causar.

Quem só olha para si dificilmente compreenderá as suas faltas. Viverá cheio de razão, magoando e desconstruindo as relações.

Tem gente que não tem a menor faísca de inteligência emocional, não consegue ter relações duradouras e harmônicas, vive refém do próprio ego, presa no seu “eu” soberano. Gente assim se alimenta do próprio egoísmo, pisoteando nos outros como um elefante em uma loja de cristal.

Muitas vezes esse comportamento vem das experiências desastrosas que viveu, criando com isso um escudo para evitar a repetição. Pode vir também da construção baseada em medos e julgamentos, dos excessos ou abusos que pode ter experienciado, das culpas que nunca soube lidar… Enfim, são inúmeras as razões que constroem pessoas egoístas e presas em si.

Esse tipo de comportamento precisa de tratamento e não do descaso, precisa ser visto como uma dificuldade a ser vencida.

Não é aceitável que alguém busque se preservar usando como blindagem um comportamento destrutivo, ferindo os outros enquanto se sente confortável, fechado na sua particular armadura do egoísmo.

Quando se identifica tal comportamento, ao invés de sofrer, é possível ajudar. Ninguém precisa desculpar a falta dos outros, do tipo ele/ela é assim. Assim como? Indiferente, dono da razão, insensível, grosseiro?

Gente assim precisa de ajuda, pois acredita que não sofre, mas causa muito sofrimento ao desconsiderar o que seu comportamento pode causar.

Gente assim tem respostas para tudo e justificativa para todas as suas atitudes.

Gente assim não pede desculpa porque tem certeza que nunca está errada.

Gente assim pode ser eu ou você.

Gente assim tem em todo lugar. Não tem cara, não importa a condição social ou econômica, não importa a intelectualidade, a profissão, a idade, raça, orientação sexual, religiosa…

Gente assim não sofre, faz sofrer, simplesmente porque a culpa de tudo é sempre dos outros, e ele/ela nunca errou porque são os verdadeiros “alecrins dourados”.

 

Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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