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Editorial

Bola pra frente

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A ansiedade para a estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo passou depois do jogo de domingo (17). Não só a ansiedade foi embora, como também uma certa dose de otimismo que a torcida brasileira ostentava antes do pontapé inicial. O desempenho dos selecionáveis de Tite ficou aquém do esperado e freou com certa incidência a euforia de ver o Brasil campeão. O empate em 1 a 1 contra a Suíça está longe de ser desastroso, mas também longe de arrancar aplausos e elogios dos torcedores tupiniquins.

Verdade que não foi só o Brasil entre os grandes times mundiais que sofreu com os embates iniciais da Rússia. Portugal e Espanha empataram, assim como a decepcionante Argentina do gênio Lionel Messi. A Alemanha, atual campeã mundial, entrou como favorita defendendo o caneco contra o México, mas viu a terra estremecer com o bom jogo e a vitória magra, mas contundente dos hermanos do Norte. França, Bélgica e Inglaterra se deram bem.

Não há Copa do Mundo fácil, não há mais jogo fácil. No futebol moderno, em que os times se retrancam a sete chaves na busca por uma bola de contra-ataque, quem sofre são as grandes seleções, que primam pelo toque de bola e jogadas agudas. Com paredões humanos à frente, em via de regra os atacantes não conseguem acessar o gol alheio. O que se vê até agora é muito tentar e pouco conseguir.

As inovações tecnológicas em prol da justiça na hora de arbitrar vieram para melhorar o futebol. Com elas, como o assistente de vídeo ou o relógio que indica se a bola entrou ou não, são diminuídas consideravelmente as chances de erros dos árbitros e, consequentemente, a solidificação das injustiças futebolísticas.

Mesmo assim, sempre vai haver a interpretação das pessoas, assim como aconteceu no jogo do Brasil, que reclamou até com a Fifa sobre a falta sofrida pelo zagueiro e paranaense Miranda na hora do gol de empate dos suíços. Polêmicas à parte, futebol se ganha na bola e não no VAR.

A Seleção Brasileira vem jogando uma bola fina ao longo dos últimos meses, mas frustrou a torcida com um jogo de estreia mais ou menos, daqueles que não encantam, tampouco empolgam. Ficou um gostinho de quero mais, quero muito mais, aliás.

O próximo desafio na sexta-feira (22) deve ser muito mais que ganhar um jogo, deve ser de encantar a torcida e colocar medo em seus adversários. Até o final da Copa são apensa sete jogos. Não dá para deixar para depois, não dá para jogar um futebol mais ou menos agora. Nesse momento, é preciso jogar tudo que é possível.

O Brasil é o time a ser batido na Copa do Mundo da Rússia. Para conquistar o hexacampeonato, a Seleção Canarinho tem que apresentar um futebol muito melhor do que o proposto na estreia, a começar pela próxima partida. Não dá para desanimar, guardar a bandeira e a camisa, mas que o Brasil começou menos encantador do que se esperava, não há como negar. Bola pra frente.

 

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