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Editorial

Bom futebol a todos… e a todas

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Depois de 17 anos, a Seleção Brasileira voltou a erguer uma taça. No domingo (07), os comandados do técnico Tite sagraram-se campeões da Copa América, em jogo eletrizante contra a equipe do Peru. Apesar das insinuações de Messi (o choro é livre) de que o campeonato estava armado para o Brasil, fato é que a equipe apresentou futebol necessário para levar o caneco.

A Seleção Canarinho está longe de ser aquela a que o torcedor se acostumou nos anos 1990 e início dos anos 2000, quando Romário, Rivaldo e Ronaldo protagonizavam verdadeiros bailes nos adversários. Naquele tempo a pergunta não era se o Brasil ia ganhar, mas de quanto ia ganhar. Hoje a Seleção não tem o futebol mais bonito e poderoso do mundo, mas se mostrou eficiente. Com apoio da torcida, a equipe brasileira melhorou ao longo da competição e foi decisiva quando precisava ser. Neymar não fez falta. Everton Cebolinha fez a diferença. A zaga foi praticamente perfeita.

Os olhos estão agora focados na Copa do Mundo do Qatar, em 2022. Até lá, muita coisa pode e vai acontecer, especialmente uma oxigenação do elenco, com caras novas e despedida de algumas figuras carimbadas. Com a conquista, Tite, que poderia até perder o cargo caso o troféu não ficasse em casa, ganha fôlego extra. A imagem abalada (dele e da própria Seleção) antes do campeonato foi parcialmente recomposta. O trabalho entra agora em uma nova fase, de desconstrução e reconstrução.

No domingo também terminou a Copa do Mundo de futebol feminino, demonstrando o abismo entre a equipe dos Estados Unidos e o restante do mundo. Implacáveis, as estadunidenses passaram por cima de todas as outras seleções e, exceto na final, contra a campeã europeia de 2017 e guerreira Holanda, com folga. Para o Brasil e para o restante do mundo, fica a lição de que para ter um elevado grau de desenvolvimento do futebol feminino é preciso investir muito dinheiro e esforços.

O futebol feminino ganhou a mídia e definitivamente a torcida. Nunca uma Copa de mulheres teve tanta audiência e repercussão, dentro e fora dos gramados. Os gritos por igualdade no esporte entre homens e mulheres ressoaram como nunca dos estádios franceses para o mundo. Grandes nomes, como a rainha Marta e a craque da Copa, Megan Rapinoe, usaram os microfones e a popularidade para pregar mais igualdade e investimentos nas meninas.

De fato o crescimento do futebol feminino é importante e necessário, mas isso não vai mudar de uma hora pra outra. Não tem como pregar a igualdade salarial, pura e simplesmente porque é politicamente correto, se as cifras que envolvem homens e mulheres têm distâncias exponenciais. Patrocinadores, lucros com jogos, direitos de transmissão e imagem, número de campeonatos, tudo é muito superior no mercado do futebol masculino. Aos poucos, ao longo dos anos, desenvolvendo o esporte entre elas, essa equiparação tende a ser mais real.

Bom é ver o Brasil campeão e as mulheres ganhando espaço, assim como é bom saber que a Copa do Brasil e o Brasileirão já estão batendo à porta. Bom futebol a todos… e a todas.

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