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Elio Migliorança

BOM PARA TODOS? UMA PINÓIA

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A Semana Santa se foi, meditamos sobre as angústias, decepções, frustrações, traições, missão, amor ao próximo, calvário e ressurreição, porque nos últimos dias da vida de Jesus, a traição de Judas, o calvário e o túmulo vazio nos remetem a todas estas reflexões. Embora os fatos tenham ocorrido a dois mil anos, são mais atuais do que nunca, pois continuamos a viver todas as realidades dos dias de Jesus.
Nesta pós Semana Santa, não resisti à tentação de expressar minha surpresa e indignação ao ler a notícia de que o Brasil foi convidado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer parte do chamado “fundo de participação, plano de transição financeira” e com isto o Brasil emprestaria até 4,5 bilhões de dólares ao FMI. Segundo as palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o dinheiro será emprestado pelo Fundo a países pobres, em dificuldades, assim as pessoas melhorarão sua condição e vão consumir mais produtos, com isso o Brasil poderá exportar mais para esses países e isso será “bom pra todos”. A primeira grande contradição: quando o Brasil quitou sua dívida junto ao FMI, isso foi festejado com grande foguetório pelo governo, alardeando aos quatro cantos do planeta que finalmente se havia concretizado um sonho do brasileiro que era ficar livre do FMI, aliás uma bandeira histórica do PT quando pichava nos muros do país o slogan “fora FMI”. Pois agora, o mesmo PT que governa o país quer que os outros se tornem dependentes do mesmo FMI, situação da qual nós sempre quisemos nos ver livres. A segunda contradição é esta: querer nos convencer de que este empréstimo é bom para nós.
Bom uma “pinóia” Sr. ministro. Bom para nós é que o governo resolva os problemas da saúde para a qual sempre falta dinheiro e a assistência em muitos lugares é pior do que o tratamento dado aos animais. Bom para nós é a reconstrução das estradas, esburacadas de Norte a Sul, pelas quais nossa produção mal consegue passar. Bom para nós é recurso para fazer frente à crise que está desempregando milhares de pessoas, as quais no final do mês não sabem com que recurso prover o sustento da sua família. Bom para nós é um seguro agrícola decente, agricultura que nos últimos anos foi espoliada pelo governo para sustentar sua política de distribuição de favores. Boa é a diminuição da carga tributária, pois se o governo tem dinheiro para emprestar ao FMI podia cobrar menos impostos, favorecendo o sistema produtivo e os consumidores em geral.
A impressão que fica é que o presidente, deslumbrado com sua trajetória política, depois de ser elogiado por Barak Obama, com a expressão “esse é o cara”, se pedirem, vai entregar o país. Ficamos torcendo para que o presidente visite o Brasil em breve. E aqui ele chegando, caia na real, perceba como a situação por aqui está mais para urubu do que para pintinho, a euforia dele tenha passado e ele resolva dar uma aumentadinha no repasse de recursos para os municípios, afinal a população mora mesmo é no município, local onde cada um espera que seu problema seja resolvido. E claro, nós esperamos que os prefeitos apliquem decentemente o dinheiro.

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