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Arno Kunzler

Cadê nossa infraestrutura?

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Talvez seja o caso de promover um debate sobre a nossa infraestrutura que, segundo todas as avaliações, tem sido um entrave para o desenvolvimento da região Oeste do Paraná.

Há mais de dez anos estamos nos debatendo com a questão do aeroporto regional. Possivelmente este governo vai dar passos importantes, mas também não vai concluir o projeto; vai ficar para o próximo. No passado isso também aconteceu e o próximo todos lembram era Requião, que falava que um aeroporto regional serviria apenas para dois ou três empresários e por isso era contra.

Não é verdade. Ele é fundamental para trazer empresas que detêm tecnologia e que, por sua vez, trazem pessoas especializadas para a região e consequentemente produzem e vendem serviços e produtos com valor agregado. Nada contra as agroindústrias, pelo contrário, mas, além de gerar pouco valor agregado, geram a grande maioria de empregos nas fábricas, o que significa trabalho pesado e, muitas vezes, insalubre, salário baixo e consequências sociais terríveis. As empresas tecnológicas não. Elas geram menos emprego, mais renda e consequências sociais positivas.

Rodovias pedagiadas

A BR-163, de Guaíra até Cascavel, deveria ser duplicada e pedagiada. Sim, pedagiada. Não esse pedágio maluco, acima da realidade que pagamos em todo o Anel de Integração criado pelo governo Jaime Lerner, quando o país ainda vivia as incertezas inflacionárias e jurídicas. Quem investiu nesse negócio há 15 anos, queria ter certeza de ganhar muito dinheiro, e já ganhou.

Estamos falando de um pedágio descente, pagável como esse da BR-101, com a certeza de que o dinheiro investido pelo contribuinte será aplicado para manutenção e melhorias da rodovia.

Só assim podemos imaginar a duplicação da BR-163 saindo do papel e a certeza absoluta de termos ela sempre bem conservada depois, independente do governante que habita o Palácio do Planalto ou de crises financeiras.

Talvez os políticos e os empresários da região já estejam vendo essa possibilidade, mas ainda tem receio de externá-la porque a palavra “pedágio” soa mal para a maioria das pessoas. Mas pode ser o momento de iniciar um debate e depois um processo de reivindicação.

Da mesma forma a Ferroeste. É inaceitável o que fizeram com um projeto que era para ser uma maneira rápida e barata de escoamento da nossa produção, além de trazer a preços menores os suprimentos para o setor produtivo. Nada disso aconteceu, pelo contrário.

Enquanto não tivermos meios de transporte, aeroportos e rodovias, ferrovias ou hidrovias, para o transporte de cargas, vamos produzir muito e ganhar pouco.

O esforço para trazer uma indústria para o interior é infinitamente maior do que trazê-la para os grandes centros, onde já tem tudo isso.

Logo, estamos lutando uma guerra desigual, sem as mesmas armas e, portanto, tirando nossos recursos naturais que em alguns casos ajudam, como fartura de matéria-prima e mão de obra de boa qualidade, no resto vamos perder sempre.

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