Silvana Nardello Nasihgil
Chega uma hora que é preciso dizer: basta!
A vida segue e, muitas vezes, não nos damos conta do quanto ainda doem certos machucados. Vamos andando cheios de autodefesas, impedindo o nosso crescimento e a aproximação das pessoas que sequer imaginam que ainda gestamos uma dor que não cessa.
Esse sentimento, muitas vezes inconsciente, modifica nosso jeito de ser e de sentir. Vamos transferindo as nossas dores através de comportamentos impensados e desnecessários e vamos machucando quem tem a intenção de nos fazer bem.
A cura interior é necessária para que a caminhada seja livre e leve, para que a gente consiga olhar a vida e as pessoas não como inimigos, mas de forma transparente, que nos permita enxergar as suas qualidades e as suas reais intenções.
Quem vive preso nas feridas do passado perde a condição de ser inteiro e verdadeiro. Qualquer sinal de faísca vira um incêndio. Essa autodefesa pode até blindar das dores, mas, em contrapartida, blinda dos amores também.
Se manter em uma condição assim amarga o existir, cultiva desconfianças, medos e inseguranças. Presos no temor de reviver o que feriu se exclui juntamente as possibilidades de um novo recomeço.
As histórias da vida não precisam se repetir. As pessoas são únicas e as relações também. É preciso observar e valorizar quem chega de coração aberto, quem vem com boas intenções e sequer imagina que em algum momento será impedido de mostrar que veio para ficar.
Chega uma hora que é preciso dizer: basta!
Chega uma hora que é preciso fazer uma escolha entre se tornar árido e impossibilitado de dar amor e ser amado, e o ressignificar o que doeu, transformando em espaços para receber com leveza aqueles que chegam para nos fazer lembrar que tudo pode se fazer novo.
Ser feliz tem muito a ver com a nossa disponibilidade de dar e receber amor, de ter o coração aberto e a alma leve.
Então, precisamos pensar sobre isso porque a vida tem urgência. Que a nossa urgência seja ser feliz!
Silvana Nardello Nasihgil é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)
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