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Pastor Mário Hort

Como foi a vida em Moscou no passado? – 2ª parte

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No dia 25 de outubro de 2017, o presidente da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, visitou a Catedral Evangélica Luterana St. Petri e Paulo em Moscou, na Rússia. A visita foi um momento histórico da comemoração dos 500 anos da Reforma. Porém, o motivo principal foi a entrega oficial da catedral como propriedade privada para a igreja.

Na solenidade estava o representante do Governo da Federação Russa, que entregou oficialmente as chaves da catedral como símbolo da devolução da propriedade particular que o governo tinha tomado da Igreja Luterana de Moscou. Depois de visitar a catedral, Frank Walter Steinmeier visitou o presidente russo Vladimir Putin e agradeceu por sua contribuição pela devolução da catedral. (Fonte: Russland: Lutheraner erhalten St. Peter und Paul-Kathedrale in Moskau zurück)

Em 1936, o regime comunista mandou assassinar o pastor da igreja luterana principal e proclamou a construção sacra como propriedade estatal em 1938.

Somente a partir de 1991 é que a adoração pôde ser celebrada novamente na catedral. Contudo, os luteranos eram apenas hóspedes em suas igrejas.

O comunismo na Rússia durou 74 anos e marcou profundamente a história do século XX. Tudo começou com a Revolução Bolcheviques (comunista), liderada por Vladimir Lenin, em outubro de 1917.

O término do regime comunista chegou com a renúncia de Mikhail Gorbatchev, o último líder da União Soviética, por meio de um discurso na televisão, em 25 de dezembro de 1991.

Em minha infância eu ouvi muitas orações em prantos pelos cristãos perseguidos na Rússia, nas igrejas e havia muitas missões especializadas em contrabandear bíblias para toda a União Soviética daquele tempo.

Agora posso estar em Moscou e celebrar a visita sem a necessidade de visto consular, como cidadão brasileiro.

Jamais eu pensei algum dia estar diante da temida KGB, o serviço de inteligência secreta da extinta União Soviética. 

A Rússia viveu terríveis ataques, primeiro em 1812, pelo francês Napoleão Bonaparte, e durante a 2ª Guerra Mundial, pelos nazistas, que ocorreu entre outubro de 1941 e janeiro de 1942. Ambos os ataques causaram o maior fracasso tanto para Napoleão como a Adolf Hitler, ditador alemão.

Eu encontrei muitos fugitivos do comunismo no Canadá, na Alemanha, nos Estados Unidos e no Brasil. Minha sogra nasceu na Rússia e fugiu com seus pais para a Argentina.

É forte estar em Moscou!

De repente vejo a maravilha de estar em corpo e alma na Rússia! Já passaram 30 anos desde a queda do Muro de Berlin, mas ainda sentimos o terror do dia quando chegamos junto à fronteira com cerca de arrame farpado e um campo de minas explosivas no meio das duas cercas, com guardas sobre os postos de vigilância.

Lembro também do pastor Christian Führer, que nos recebeu em Leipzig, na ex-Alemanha comunista, para descrever o dia quando 70 mil pessoas marcharam pela cidade levando velas em suas mãos, diante de oito mil soldados apontando as metralhadoras para a multidão, que marchava em oração pela paz.

E agora estou em Moscou escrevendo os testemunhos de fé para Ecos da Liberdade do Brasil. Glórias a Deus!

 

Mário Hort, o autor é pastor da Igreja de Deus no Brasil em Marechal Cândido Rondon

ecosdaliberdade@yahoo.com.br

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