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Editorial

Conclusão adiada

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Não é de hoje que volta e meia surgem questionamentos se as obras do trecho de 38,9 quilômetros da BR-163, do município de Toledo até Marechal Cândido Rondon, foram paralisadas.

Não, não foram. Mas, podem ser!

O fato é que, mesmo em ritmo lento, os trabalhos continuam, contudo, de forma reduzida. E o atraso na liberação de recursos por parte do governo federal em virtude da lentidão na aprovação e sanção da Lei Orçamentária Anual, entre outros fatores, podem gerar uma nova paralisação da obra.

Isso ainda é incerto. O certo, todavia, é que a conclusão dos serviços mais uma vez foi adiada. Antes prevista para julho deste ano, já foi prorrogada por um ano: julho de 2022.

O detalhe é que grande parte da frente de trabalho está situada na entrada de Marechal Rondon, adjacências do portal da cidade, no acesso aos municípios de Mercedes e Guaíra, local que concentra diariamente tráfego intenso de veículos leves e pesados.

Em outras palavras, a obra deve estacionar na “porta” de Marechal Rondon e trazer transtornos para os moradores locais e da região que precisam passar todos os dias por esse caminho.

Não é novidade obra pública ser paralisada, em especial as de infraestrutura envolvendo rodovias. Esta mesmo já foi. Autorizada em 2014, está em execução há cerca de seis anos. Além do atraso em si, os custos também aumentam.

Inicialmente, o preço da duplicação da BR-163 Rondon-Toledo foi licitado em R$ 306,5 milhões, mas houve um reajuste de R$ 109,6 milhões, o que representa aproximadamente 35%. Com isso, o valor total da obra deve chegar a R$ 416,1 milhões. Ou seja, ainda faltam ser empenhados R$ 110,7 milhões (26,61%).

É compreensível que a pandemia trouxe muitos imprevistos aos governos. Todos imaginavam um 2021 melhor, ou mais ameno, contudo, ele tem sido muito pior que 2020. O que vivemos até aqui tem muitos capítulos tristes, e isso vale tanto para as perdas incontáveis de brasileiros, que deixaram de viver por complicações da Covid-19, quanto para a economia nacional, que só deve voltar a andar vigorosamente após a vacinação em massa dos cidadãos. Ao menos é o que esperam as autoridades e lideranças de Norte a Sul, e o povo também.

De qualquer forma, um dos meios mais eficientes de buscar garantir o prosseguimento dos trabalhos de duplicação é mobilizar autoridades regionais de variados segmentos em torno do assunto. As lideranças do setor produtivo e da sociedade devem se unir e cobrar com veemência deputados que representam a região em Brasília e pressionar para que haja articulação em torno da viabilização de recursos para que a duplicação possa de fato ser concluída.

Sabe-se que o governo federal não tem intenção de começar muitas novas obras sem concluir as inacabadas, o que é um ponto positivo.

Outra possibilidade que pode somar positivamente são negociações envolvendo a Itaipu. Durante visita do presidente Jair Bolsonaro a Foz do Iguaçu, na quarta-feira (07), para transmissão de cargo na binacional, destacou-se que a União está investindo mais de R$ 1 bilhão para duplicar a BR-163, nos trechos entre Marechal Cândido Rondon e Toledo e de Cascavel a Marmelândia, mas também foi lembrado que ainda faltam em torno de R$ 250 milhões para conclusão das duas obras.

Diante do caixa limitado do governo federal, há tratativas para que a Itaipu canalize aporte financeiro, como já vem fazendo em outras obras de infraestrutura, para que seja possível concluir as duplicações.

Indiferente do meio, o importante é que se encontre um caminho, uma solução, para que essa obra tão importante e expressiva não seja paralisada mais um vez, causando transtornos de toda ordem.

Vamos aguardar os próximos capítulos.

 

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