Congresso mais atuante

Nem todos concordam, mas é perceptível que nossos congressistas (senadores e deputados e muitas Assembleias Legislativas) formaram uma maioria que se identifica mais com os anseios do povo brasileiro externados na última campanha eleitoral.
O Congresso sonolento e conivente com muitos escândalos e decepções recentes agora está mais altivo e atento aos desmandos que possam ocorrer, sejam patrocinados pelo governo ou entidades, como o Supremo Tribunal Federal (STF).
O Congresso evitou recentemente a nomeação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada Americana. Ainda que os bolsonaristas tenham defendido a nomeação, é evidente que foi melhor para o governo que Eduardo não tenha passado pelo crivo dos congressistas e feito o pai, Jair, desistir da nomeação.
Agora o Congresso demonstra desconforto e certamente conseguirá reagir à tentativa do STF de fazer os “ajustes” nas leis para continuar “negociando” a liberdade daqueles que lhes interessam.
É bom ver o Congresso em ação e sob a luz do pensamento da maioria dos brasileiros.
Finalmente deputados e senadores demonstram ter um mínimo de capacidade para votar projetos que contrariem interesses corporativistas.
Essa é a grande mudança e o desafio do Brasil.
O Brasil precisa diminuir a incidência da burocracia e a influência danosa sobre o serviço público, das corporações que rodeiam o poder.
O Brasil espera que o Congresso Nacional e os Legislativos estaduais e municipais, se não quiserem cair em completa desgraça, defendam os interesses da maioria e não das minorias em busca de privilégios.
É possível que logo logo nossos ilustres deputados e senadores desmintam essa percepção, mas prefiro acreditar que estejamos melhorando a fazer fila com os que imaginam que a democracia não tem solução.
Os tempos são outros e o pensamento da maioria mudou.
A realidade das contas públicas sugere que não há tempo para postergar decisões.
Que Estados e municípios quebrados precisam do apoio federal, não somente para cobrir o rombo das contas, mas também para tomar decisões duras e sensatas que permitam cortar privilégios e estimular o crescimento econômico.
Nosso país tem muito potencial para crescer, mas não poderá crescer gastando tudo que arrecada com folha de pagamento e aposentadorias e desperdiçando grande parte dos recursos com burocracia e corrupção.
Senhores deputados e senadores, o Brasil tem jeito.
Os brasileiros querem mudar o Brasil e a ferramenta para promover mudanças é o Congresso Nacional.
Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza
arno@opresente.com.br