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Arno Kunzler

Convergência

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Talvez de forma tardia, talvez por pressão internacional, talvez por medo de fracasso econômico, seja lá qual for o motivo que fez o presidente Jair Bolsonaro procurar os outros poderes para se relacionar de forma amistosa, foi bom para o Brasil.

A democracia pressupõe divergências em quase tudo, pontos de vista diferentes sobre qualquer tema, mas não lhe dá o direito de conflitar e intransigir no elementar, os interesses do povo.

O governo precisa do Congresso Nacional para aprovar seus projetos e ponto.

Essa é a regra e não se pode ignorar e achar que não precisa ser assim.

Ingenuamente, algumas pessoas imaginaram que um presidente eleito poderia fazer o que bem queria, a seu modo.

Mas não é assim. Em Brasília ou nestes tempos de pandemia circulando pelo Brasil estão mais de 500 deputados e quase 100 senadores que foram igualmente eleitos pelo voto do povo para tomar decisões.

Não se pode obrigar o Congresso a votar um projeto que os deputados e senadores discordem por maioria.

Não é assim que a banda toca.

Um governo para ser exitoso precisa CONVENCER.

Pode usar qualquer meio para isso, até pressão popular, mas precisa CONVENCER.

CONVENCER a população e o Congresso.

Bem ou mal, é preciso formar maioria para ter sucesso numa votação, tanto na opinião pública como na opinião dos congressistas.

Parece que o governo demorou para entender isso e perdeu tempo com discussões e bate-bocas desnecessários, quando poderia ter caminhado, a passos largos, em direção à CONVERGÊNCIA, que finalmente parece ter nascido.

É preciso oferecer segurança ao mercado para atrair investimentos.

As empresas, sejam brasileiras ou multinacionais, vão investir nas economias organizadas, com leis claras e ambiente bom para gerar resultados.

Não se pode punir o trabalho e o lucro. Ambos são fundamentais para atrair investimentos produtivos.

Esperamos que o governo tire das gavetas os projetos que visam desregulamentar a economia e desburocratizar a vida das empresas.

Aumentar a riqueza de um país, os empregos, o nível dos salários e os impostos arrecadados pelos governos se faz com investimento produtivo. É a única forma.

O governo não sabe fazer e mesmo que soubesse não teria os recursos.

O máximo e o melhor que um governo pode fazer é facilitar esses investimentos.

E aí, bater boca, gerar crises inúteis e ameaçar não leva a nada. Só espanta quem tinha algo a oferecer.

Vamos aguardar os próximos capítulos. Tomara que nossos representantes eleitos tenham percebido que o melhor é dialogar e gerar soluções, ao invés de conflitos que só aumentam o bate-boca entre eleitores.

Que as divergências tão saudáveis num regime democrático fiquem restritas ao debate das ideias.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

 

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