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Editorial

Corrida maluca

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Faltam menos de 50 dias para as eleições. A partir de hoje (31), os candidatos terão espaço na televisão e na cadeia de rádios do Brasil para expor suas propostas e projetos para o país. Ou melhor, alguns poderão fazer isso. Aliás, os mesmos que aparecem liderando as duvidosas pesquisas, os mesmos que frequentam os debates da TV. O período eleitoral, que deveria ser uma demonstração de democracia e igualdade, promove a maior desigualdade entre candidatos. Nesse contexto, alguns andam de Ferrari, outros de Fusquinha.

Explicando melhor. Tem candidato com quase a metade do tempo de campanha e centenas de milhões de reais para empregar em produtoras, marqueteiros e assessores. Outros têm segundos, pouca verba para campanha. Esses também gozam de nenhum espaço dado pela grande mídia, tendo seus eleitores desencorajados por falta de espaço para debates, discussão de ideias e proposição de soluções. Tanto a mídia quanto o processo eleitoral em si debocham da democracia, afunilando as candidaturas como bem queiram fazer, promovendo a escuridão para esse ou aquele. De modo grosseiro, hoje só cinco dos 13 candidatos à Presidência da República disputam essa corrida.

O mesmo ocorre com as campanhas aos governos dos Estados e outros cargos eletivos. De toda forma, as campanhas tendem a ficar cada vez mais acirradas a partir de agora. Quem pode, fica com TV, rádio, etc. Quem não pode, fica com as redes sociais, com a internet como ferramenta principal de disseminação de suas ideias. E todos correm contra o tempo em busca do precioso voto de cada brasileiro.

No dia 07 de outubro os eleitores brasileiros vão às urnas, em primeiro turno, para eleger presidente e vice, senadores, deputados e governadores. Até lá, os eleitores têm tempo de se informar, optar pelas melhores opções, para um novo Brasil, e creditar seu voto de confiança nesses candidatos. Uma tarefa que em princípio parece fácil, mas está carregada de responsabilidade individual e coletiva. É um caminho sem volta para a mudança que todo brasileiro almeja, de um Brasil mais justo, menos corrupto, mais desenvolvido, com mais esperança e mais respeito, ou não. A escolha é sua, as consequências, boas ou não, são de todos os mais de 208 milhões de brasileiros.

A campanha se afunila e ganha corpo entre os eleitores. Muitos, em suas redes sociais, já declaram apoio a este ou aquele candidato. Outros preferem o sigilo. Outros esbravejam com uns por que esses não pensam como aqueles. Tem ódio, mas também tem respeito. Tudo faz parte do jogo e depende única e exclusivamente da educação que o ser humano tem e de sua preferência. A manifestação é livre. Faz campanha quem quer, para quem ele quiser.

Mas quem faz campanha mesmo são os candidatos, ou aqueles que têm condições de fazê-la. Seja recurso financeiro, tempo de TV ou força de coligação, uns estão mais armados que outros. Embora todos estejam na estrada, uns estão de Ferrari, outros de Fusquinha. Que corrida maluca.

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