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Elio Migliorança

CRIME LEGALIZADO

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Agora é oficial. O Congresso Nacional legalizou o crime no Brasil, com efeito retroativo. Para os menos informados, significa que foi cometido um crime e o governo acaba de comprar a sua legalização junto aos deputados e senadores. Além de legalizar o crime, também foi legalizada a corrupção e a desmoralização do Congresso Nacional. Também descobrimos que nossos deputados e senadores valem R$ 857.000,00 cada um, pois foi este o valor oferecido pela presidente Dilma a cada um dos deputados e senadores em forma de liberação de emendas parlamentares para que votassem a favor da modificação na Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim fica também oficializada a “chantagem pública”, que comprova a total falta de ética do Congresso Nacional, o qual só não perdeu a moral porque nada mais existe para ser perdido.

A que ponto chegamos? Com nosso dinheiro compra-se o apoio do Congresso. Como reclamar da roubalheira da Petrobras se este é o exemplo que vem de cima?

Como o governo tem conduzido a economia de forma destrambelhada, utilizou-se agora de uma contabilidade que faculdade nenhuma ensina, que é a contabilidade criativa, e inventou o déficit superavitário, isto é, o prejuízo agora será denominado de lucro. É mais ou menos como se o médico, não podendo controlar a febre do paciente, determinasse que o limite da febre aceitável subisse para 42%, mesmo sabendo que assim o paciente morre.

Só para recordar, é oportuno mencionar que a crise mundial iniciada em 2008 nos Estados Unidos começou com a falência do banco Lehman Brothers, o qual fez exatamente o que o governo brasileiro está fazendo, só que aqui o golpe está legalizado por lei do Congresso Nacional. Juntando isso, o desdobramento de uma política econômica fracassada e o desenrolar do maior processo de corrupção da história do país devem produzir um debate muito mais próximo da realidade do que a fantasia novelesca da campanha eleitoral, quando a “torcida brasileira” foi brindada com uma ficção da pior qualidade.

O assalto à Petrobras foi uma audácia. O governo vem aparelhando as empresas estatais com quadrilhas que se especializam em desviar recursos para beneficiar os partidos aliados. Audácia maior é o assalto à nossa lucidez, quando insistem em nos fazer acreditar que tanto Lula quanto Dilma não sabiam de nada. E aí temos o ministro da Justiça, que busca desesperadamente uma nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF), falando que as oposições querem um terceiro turno das eleições, tentativa podre para politizar as investigações, desmerecendo o trabalho sério, competente e corajoso do juiz Sergio Moro, este sim merecedor de uma vaga no STF.

Enquanto o povo fica estarrecido com a dimensão do escândalo, algumas cabeças pequenas justificam dizendo que corrupção sempre houve. Mas e aí onde ficam todas as promessas da presidente na campanha política, gloriando-se de terem criado a Lei de Responsabilidade Fiscal e de que não haveria aumentos e que a economia estava indo muito bem?

A presidente vive uma fase de contradição ambulante, e na condução da economia, apesar de todas as promessas recentes, escolheu o retrocesso e o clientelismo puro. A decência, a honestidade e a honra dos governantes foi sepultada.

 

 

* O autor é professor em Nova Santa Rosa

 

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