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Dom João Carlos Seneme

Cristo, luz dos povos, ensina-nos o caminho da paz!

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Iniciamos um ano novo com nossas esperanças renovadas. Deus caminha conosco e nos convida a fazer um caminho diferente, seguindo os passos de Jesus na alegria e na fé. Neste domingo (02) celebramos a festa da Epifania. Jesus se manifesta ao mundo inteiro como possibilidade de salvação.

Os reis magos, vindos do Oriente, querem conhecer o Cristo, o Messias, para adorá-lo. Sua fé é simples; precisam percorrer um longo caminho. Eles se tornam símbolo de toda a humanidade de boa vontade: perguntam e caminham porque buscam o Senhor, alguém que dê sentido a suas vidas.

Devemos realizar em nós o Cristo da Epifania, o Cristo que é dado a todos os povos. A graça de sua manifestação deve estar a serviço de todos. “Judeus e gregos, escravos e livres, homens e mulheres, todos são chamados a formar um único corpo em Cristo”.

A Epifania é o início da revelação deste mistério, já anunciado pelos profetas, que agora é revelado plenamente. A ressurreição de Cristo e a vinda do Espírito Santo são dados em plenitude à Igreja para que ela ofereça a todas nações. Esta é missão da Igreja: revelar Cristo a todos os povos. A Igreja confia esta missão a todos os batizados: “Ide pelo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”.

Os magos representam todos os povos da terra que esperam ansiosamente a chegada do Salvador. Eles buscam e estão atentos aos sinais da chegada do Messias. Não são acomodados. Saem de sua terra procurando com esperança e seguindo o sinal que Deus coloca diante deles. Reconhecem o Salvador na fragilidade de uma criança, Jesus, Deus-salva, e o aceitam e o reverenciam com presentes. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos que o buscam sem cessar.

Podemos notar a referência a uma estrela, sinal de Deus, que apareceu no céu e que conduziu os magos até Belém. Nesta catequese sobre Jesus, o evangelista Mateus apresenta Jesus como o Messias, esperando por todos aqueles que têm esperança, e denuncia os que rejeitam Deus e seu projeto salvador. O povo de Israel rejeita Jesus, enquanto os “magos” do Oriente (que são pagãos) o adoram; Herodes e Jerusalém “ficam perturbados” diante da notícia do nascimento do menino e planejam a sua morte, enquanto os pagãos sentem uma grande alegria e reconhecem em Jesus o seu salvador.

Mateus preanuncia, desta forma, que diante de Jesus haverá reações diversas, que vão desde a adoração (os magos), até a rejeição total (Herodes), passando pela indiferença (os sacerdotes e os escribas: nenhum deles se preocupou em ir ao encontro desse Messias que eles conheciam bem dos textos sagrados). Os magos, orientados pela estrela, e atentos ao que acontece ao seu redor, buscam o Salvador. Seguindo a estrela eles encontram Deus encarnado. A inclinação diante do menino é o ato de reconhecimento e submissão ao Rei, não somente dos judeus, mas de toda a terra.

Quem faz a experiência do encontro com Jesus não pode ser o mesmo. Os reis magos retomam o caminho para casa por uma estrada diferente. Não querem mais passar pela estrada da morte onde está Herodes. Eles têm uma nova opção porque encontraram o Deus da vida e não querem colocar a vida do menino em perigo. Tornam-se discípulos missionários. Os magos na troca de presentes ganharam o Verbo de Deus presente no meio de nós e agora podem levar ao mundo a luz que ilumina e aproxima os corações e produz alegria.

 

O autor é bispo da Diocese de Toledo

revistacristorei@diocesetoledo.org

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