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Elio Migliorança

DEBOCHE II

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Nos debates mencionados no artigo da semana passada (13/04) afirmou-se que se o Brasil quiser ser líder na América do Sul deve ajudar os outros países a se desenvolverem. Depois disseram que o Paraguai tem 20% da população na linha da pobreza. Mas ninguém dos “extraterrestres” disse que aqui temos mais do que a população do Paraguai abaixo da linha da pobreza. Outros argumentaram que no país vizinho há 400 mil brasileiros e que precisamos ajudá-los. Sim, mas de que forma este dinheiro vai chegar às mãos deles? Aliás, onde está escrito que este dinheiro vai ser aplicado num projeto de desenvolvimento que beneficie a classe pobre do país?
Recordo-me dos tempos da administração municipal, em que recebemos recursos do Banco Mundial destinados ao município, mas que já vinham carimbados com aplicação direcionada para determinado tipo de obra. Se o objetivo é promover a cidadania dos pobres, por que não condicionar os recursos a um plano de aplicação amarrado ao valor do repasse?
Alguns argumentaram que devíamos exigir a fiscalização na fronteira para evitar a saída de carros roubados. Isso não. A responsabilidade da fiscalização é nossa. Nós é que devemos ter controle para evitar a saída de carros roubados. Mas o que devíamos exigir sim é o fim da legalização dos carros roubados que estão do outro lado.
Com relação aos brasiguaios, a revisão devia ser condicionada à segurança jurídica e ao direito de propriedade para quem obteve as terras de forma legal. Interessa e muito saber quem na Câmara votou a favor ou contra, já que são nossos representantes. Dos 30 deputados federais paranaenses, 24 estavam presentes na sessão, havia seis gazeteiros que não estavam onde deviam para fazer o dever de casa, entre eles o “Frangão”, de Cascavel. Da região votaram contra o projeto Alfredo Kaefer e Eduardo Sciarra. Votaram a favor deles e contra nós os deputados Dilceu Sperafico, Moacir Micheletto, Fernando Giacobo, Nelson Padovani e Hidekazu Takayama, e mais 17 deputados paranaenses. Não esqueçamos que serão US$ 20 milhões por mês, totalizando US$ 240 milhões. E nós aqui com falta de dinheiro pra tudo, com cortes orçamentários, lamentações dos governantes, gemidos do povo que morre na fila da saúde pública, estradas sucateadas e os nossos representantes tão generosos com a “horta alheia”, enquanto a nossa tem fede-fede comendo tudo nas beiradas da corrupção. E ao povo a conta salgada do imposto, cada vez mais alto para cada vez menos retorno em benefícios. Aliás, outra estupidez foi alguém afirmar que o povo não pagará a conta porque não haverá aumento na fatura de energia. Ora senhores “extraterrestres”, e o dinheiro que o governo joga fora é fruto do trabalho e dos impostos de quem? Não importa se da conta de luz ou do leite da cabrita, mas o que o governo arrecada é do suor do povo.
Para concluir, é bom salientar que o Paraguai tem o direito de consumir até 50% da energia produzida em Itaipu, o que significa que a energia necessária ao desenvolvimento do país está garantida. Pelo acordo original, o excedente é vendido ao Brasil pelo preço acertado e corrigido anualmente.

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