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Editorial

Decisão coerente

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O Congresso Nacional promulgou na quinta-feira (02) a emenda constitucional que adia para novembro as eleições municipais de 2020. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o pleito eleitoral deste ano, que aconteceria nos dias 04 e 25 de outubro, foi transferido para 15 e 29 de novembro. A data de realização das convenções partidárias também mudou. Antes, de 20 de julho a 05 de agosto. Agora, de 31 de agosto a 16 de setembro, por meio virtual.

É mais uma forma que as lideranças encontraram para tentar reduzir os riscos de contágio de Covid-19 e, ao mesmo tempo, realizar um pleito seguro. Foi uma atitude sensata, já que os próximos meses ainda são cheios de incertezas e dúvidas, tomadas em um cenário melancólico: cerca de 1,5 milhão de casos registrados e 60 mil pessoas que morreram de Covid.

Se não fosse um ano atípico, os últimos meses teriam sido de intensos debates, discussões e pré-campanha. Mas o coronavírus tomou para si todos os holofotes. Pouco ou quase nada se fala em eleição, ao menos a população de maneira geral. Em Marechal Cândido Rondon, as peças que se movem ainda não pegaram o rumo em direção ao eleitor. Só os bastidores funcionam, ainda assim com alguma calmaria.

O adiamento das eleições para novembro é uma oportunidade que candidatos terão para produzir e desenvolver suas campanhas quando o caos provocado pelo vírus estiver passando, ou passado, oxalá. Aqueles que disputam vagas para o Executivo e o Legislativo municipais terão cerca de 40 dias a mais para convencer seus eleitores de que têm os melhores planos de governo e linhas de atuação.

E certamente será uma campanha diferente, com muito mais emprego de esforços nas redes sociais em detrimento do contato direto com o eleitor. Vídeos e outras mídias serão fundamentais para o candidato mostrar o que pretende fazer caso seja eleito – e certamente para apontar o dedo a seu opositor. Facebook, WhatsApp e Instagram, já incorporados ao dia a dia das pessoas, naturalmente serão veículos para convencimento. E pela rede também vai rolar muita notícia falsa, lamentavelmente. O aperto de mão e o tapinha nas costas vão ser virtuais em sua maioria – seria uma ótima hora para acabar com os santinhos, mais ultrapassados que cinzeiro em carro.

Certamente quem mais compreender esse novo cenário e usar as “novas armas” vai sair na frente. Uma boa assessoria de comunicação inegavelmente vai ter papel decisivo nas eleições de 2020. Saber conversar e interagir com o eleitor nunca foi tão desafiador, especialmente no Brasil polarizado.

O coronavírus realmente mudou a realidade do país. O abre e fecha de lojas, o cancelamento de eventos, shows e campeonatos esportivos parados, escolas fechadas, e agora o adiamento das eleições municipais. Ainda há muito pela frente, muita coisa ainda pode acontecer. Nesse cenário, o adiamento dá fôlego para aqueles que desejam a reeleição, especialmente a prefeitos hoje focados no combate à pandemia, e dá mais tempo para aqueles que desejam ser mais conhecidos, que queiram postular entre os principais nomes.

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