Fale com a gente

Arno Kunzler

Denúncia séria ou só barulho?

Publicado

em

Os dias vão passando e a família Bolsonaro não sai da pauta dos jornalistas e da polícia.

É impressionante como acontecem coisas que viram manchetes e que viram indícios e processos.

A prisão do ex-policial militar e ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, talvez seja o que faltava para se ter uma ideia se tudo isso é mesmo perseguição à família Bolsonaro ou se de fato tem coelho escondido nesse matagal.

A irritação do presidente Jair Bolsonaro com as investigações e com as atitudes do Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de provas pode demonstrar duas coisas: medo da verdade ou inconformismo com a insistência do Judiciário em prejudicar politicamente a família do presidente.

Bolsonaro ainda goza de muito prestígio junto aos seus eleitores, todavia, essa situação não é boa para o presidente.

Até duas semanas atrás a oposição estava encurralada em casa, sem coragem de se apresentar e sem armas para atacar.

As duas últimas semanas colocaram a oposição nas ruas em condições de igualdade com a turma do presidente, e pior, a família nos noticiários acusada de envolvimento com negócios obscuros.

A impressão continua a mesma. Parece que o próprio presidente provoca essa turbulência permanente, seja com o Congresso, STF, imprensa, Ministério Público, Polícia Federal e com a esquerda.

As insinuações de que a corda está esticada e que as coisas seriam colocadas nos seus devidos lugares, mas sem dizer o que, apenas dando a entender que poderia ser a intervenção militar, têm provocado imensa inquietação no Congresso e no STF principalmente abastecendo noticiários de hora em hora.

Menos mal que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem conseguido atender aos pleitos dos empresários e com isso incentivar a produção agrícola e a expansão dos negócios.

Mesmo em meio à pandemia e às intermináveis crises políticas e crises de credibilidade na saúde e educação que já estão indo para o terceiro ministro em um ano e meio, cada.

As promessas de campanha vão sendo esquecidas, como o número de ministérios de no máximo 15 – já estamos em 20 -, o acordo com o Centrão no Congresso ressuscitando a velha política, a duvidosa atuação envolvendo a PF, a reforma política que está completamente fora das discussões, inclusive a discussão sobre o fim das reeleições, e o combate à corrupção, que misteriosamente saiu do discurso e das ações do presidente.

Na política internacional o governo conseguiu fazer mais trapalhadas do que acertos, até agora, mesmo que as nossas exportações estejam indo muito bem, graças ao agronegócio, que depende mais da natureza e menos das discussões políticas.

O argumento que os bolsonaristas repetem e se orgulham é: mas não se ouve mais falar em corrupção…

Talvez agora com prazo de validade.

O que de fato é importante para o Brasil é a política econômica, que gera empregos, renda, impostos e promove o crescimento.

A política econômica de um governo faz ele ser bom ou ruim para as pessoas.

Paulo Guedes consegue manter crédito junto aos empresários e investidores, até agora.

Podemos praticamente concluir que o governo do presidente Bolsonaro agora depende da atuação do ministro Paulo Guedes e do desempenho da economia, lembrando que, apesar dos acertos e de todo esforço, é pouco provável que teremos crescimento econômico durante o mandato do presidente Bolsonaro.

 

Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos

arno@opresente.com.br

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente